- Fonte Mista - ŦŦ

A fonte mista é a maior das três fontes e fica ao lado direito de quem entra no balneário, beirando às margens do rio Kigan, que passa ao lado da Pensão Hoomu. Rodeado por pedras, onde as pessoas podem se encostar e aproveitar o banho, o lugar se limita com as outras fontes por uma parede de madeira, sendo decorado com alguns pés de bambu e plantas ornamentais.

*Tomada pela confusão de meu estado, abro os olhos para ver onde Kuroi havia nos levado, e percebo que era um local da Pensão Hoomu, onde uma jovem servente do local, provavelmente em seu horário de limpeza, se espanta com nossa aparição repentina e sai correndo. Olho para meu assistente, sabendo que sofria e seguro sua veste com brutalidade e raiva por tudo que tinha passado, temendo também que o mesmo não suportasse muito mais tempo.*

- Kuroi! Me solte. Agora!

*Percebendo que a situação estava me desgastando mais do que deveria, o shinobi apenas estreita os olhos e se aproxima do lavatório feminino, me deixando no chão e me dando apoio. Olhando para mim, ele faz alguns sinais de cautela, mas o empurro com amargura, entrando no banheiro me guiando pelas paredes.*

-…Quando eu sair, vou chamar Takanagi.

*Ele sabia que havia me irritado muito com suas ultimas atitudes, mas sem poder fazer mais nada a respeito, o mesmo suspira com irritação e se distancia até a porta das termas, me aguardando.
Lá dentro, desato meu kimono, vendo como estava em trapos e o reservo em um lugar especifico, indo naturalmente sentar-me a uma das banquetas de madeira para banhar-me. Antes de desatar meus cabelos, sinto uma nova tosse e onda de dor assolar meu corpo, levando logo minhas mãos a boca, colhendo meu sangue e inclinando-me para frente. Sentindo minha respiração pesar, olho para o sangue em minhas mãos por um longo período, buscando forças, enquanto pensava em como seria dali para frente. Então foco bem meus olhos, mantendo minha concentração nas obrigações e em ficar bem, e entorno a água morna sobre minha pele, sentindo parte daquele “peso” indo embora e me relaxar.
A quanto tempo não tomava um banho gostoso, mas sabia que apesar de ser parte do intuito de estar ali, não seria bom como gostaria, pois estava cheia de preocupações e coisas a fazer, provavelmente conseqüência do caminho que havia escolhido, ou exagero, não sabia…*

-…

*Enquanto isso, do lado de fora, Kuroi recostava-se cabisbaixo no batente da grande porta de madeira para aturar as dores, ansioso por saber se eu resistia bem.*

*A loira entra correndo pelas termas e leva um tremendo susto com Kuroi, que estava parado bem na porta da fonte mista.*

- Ahhh!!!

*Se inclinava para frente respirando fundo e volta, olhando em volta e não vendo nem sinal da Sandaime.*

- Kuroi-san! Era você. Quase matou uma das nossas empregadas do coração.
Está tudo bem? Baiken-sama está realmente aqui?

*Olhava melhor para o servo de Baiken, percebendo umas marcas estranhas em seu pescoço, e como a faxineira tinha dito, havia sangue em suas vestes e pelo chão.*

-…O que está acontecendo? Precisam de ajuda?

*Haruko mal podia acreditar no que estava acontecendo ali, olhava perplexa para a sandaime e começa a tremer muito, dando alguns passos involuntários para trás. Os olhos de Baiken Mitsuki pareciam ferver em cima dos seus, e sob a meia penumbra do local, aquela visão mais lhe parecia um terrivel pesadelo.
Juntando forças, a delicada loira atende ao pedido da então lider de Tetsugakure, apesar de ter consciencia que poderia estar perfeitamente morta nos próximos minutos.*

-...Bai-ken-sama...Kuroi! O que está acontecendo com ela!?
*Contemplava com pavor o semblante de Baiken modificar drasticamente, e começa a duvidar se realmente estava diante da pessoa que imaginava ser...*

-...Não...eu...não vou...

*Após o longo momento de paralisia, a recepcionista se lança na direção de Baiken e a apoia com as mãos.*

- Calma Baiken-sama!...Ou...seja lá quem for...Ainda é você, não é? Você...não vai me matar, vai?

*Ainda sem coragem de encarar o rosto daquela pessoa, a loira apenas passa seu braço ao redor do seu pescoço. A sandaime seria perfeitamente capaz de sentir suas mãos frias, tremor e batimentos cardiacos acelerados.*

*Haruko percebe que a situação era delicada e segue com a Sandaime até onde pudesse ajuda-la. Chegando na borda de pedras, a loira toma coragem para observar Baiken e fica bastante surpresa, ainda sentia seus sintomas de nervosismo. *

-...Desculpe. Eu que sou muito assustada...Não é tão ruim assim como você imagina Baiken-sama...Não tem porque me agradecer.

“Que vida difícil ela deve ter passado...”

*Kuroi se chega a elas parecendo preocupado, e a recepcionista então olha para a Tetsukage.*

-...Você realmente aparenta estar precisando de cuidados. Esteve quanto tempo se esquivando disso? Baiken-sama, com todo respeito...E seu compromisso com a vila? Hun...

*A jovem recepcionista abre um sorriso gentil, como sua voz ao falar com Baiken, apesar de estar lhe dando uns puxões de orelha.*

- Precisa que eu chame alguém?
...Se cuide o quanto for necessário. Eu imagino o quanto que suas obrigações sejam pesadas, mas você precisa se cuidar mais. Pensa bem, nós precisamos de você bem, não é?
E...Não precisa se sacrificar tanto assim...Você nunca está só.

*Haruko sorria com naturalidade para ela e Kuroi, aparentemente tendo controlado seu medo*

- Aliás, por que não tira um tempo para descansar Baiken-sama? Aproveita um pouco, relaxe...Hoje a noite teremos um festival, vamos cuidar para que de tudo certo. Nós conseguimos dar conta disso.

*Vendo como a Tetsukage parecia realmente abatida, Haruko permanecia até que eles se acomodassem, afinal, ambos estavam mal pelo visto, e depois se afasta, para deixa-los a vontade.*

- ...Qualquer coisa, estou a disposição!

*Dizia a recepcionista saindo das termas, para voltar aos seus afazeres, na recepção da pensão.*

*Havia chegado na pensão a pouco tempo e seguido diretamente para as termas, sentia a presença de Baiken nas fontes mistas e apenas faço uma troca de roupas rápida para ir ao encontro da Kage. Podia sentir mais pessoas dentro da terma, então paro um pouco antes de entrar*
- baiken-san, desejo falar com a senhora porem vejo que está ocupada.

*Tentava ser educado para não apenas invadir o local, minha sombra se projetava na porta que separava a área de troca com a fonte termal onde Baiken e seus subordinados estavam*

*A porta que separava o comodo onde estava e a terma era aberta por um homem alto e bem vestido, ele falava da situação de Baiken e se referia a si mesmo como um servo de forma desdenhosa do termo*
- Se eu desejasse falar com um subalterno teria chamado pelo seu nome Takanagi. O que o tenho a falar é algo que irei falar exclusivamente com a sua mestra.

*Não gostava da forma de falar daquela pessoa e não tinha tempo para perder, minha mascara ia se rachando a medida que falava. Um pedaço se desprende da mascara e era como se um ponto do meu rosto houvesse se perdido*
- Irei esperar por ela aqui, tente fazer ela não desaparecer por um portal e sair como uma pessoa normal faz. Sei que me ouviu servo mudo.

*Olhava para dentro da terma, Baiken e seus servos tinham um relacionamento estranho... Duvidava que aquelas pessoas fossem verdadeiras, pareciam de alguma forma ligadas*

*Olhava a cena sem interesse, até que a kage comece a tentar atacar seus subordinados em um momento de raiva e eles vão todos detê-la. Por um momento coloco minhas mãos em posição para fazer selos, mas da mesma forma que havia começado aquilo havia terminado*
- Baiken e vocês tem uma ligação estranha. Agora é você que irá me impedir de entrar na terma e tratar do que necessito com ela?

*Falava para midori, mais um pedaço da mascara se racha e novamente parecia que uma pedaço do meu rosto desaparecia junto a rachadura*
- Não tenho tempo para esperar ela fazer todos os rituais de sanidade dela, poderia acordá-la?

*Baiken ainda estava sendo tratada pelos seus assistentes enquanto Midori barrava meu caminho. A kage pelo menos havia acordado, dou um passo para trás em resposta a tentativa de Midori de tocar minha mascara na sua curiosidade*
- Vocês não agem como apenas subordinados, estão de alguma forma ligados. E não, isso não doi.

*Com Baiken já capaz de falar era possível que ela mesma controlasse seus subordinados para que eu pudesse falar o que precisava antes que meu tempo acabasse*
- Baiken-san, meu tempo esta acabando. Necessito falar com você, a energia que eu tinha para me manter aqui irá acabar.

*Olho Midori, e novamente uma parte da mascara cai*
- essa situação é constrangedora, eu falando de outro comodo como se fosse um pedinte.

*Ainda próxima dele, Midori continuava analisando aquele rosto “despedaçado” com algum interesse sem se afetar pelas suas palavras. Sua mão percorria suavemente a forma daquele rosto sem toca-lo, sua presença era forte e marcante.*

__ Como a parte de um todo? Isso te intriga?

*Falando apenas para ele com sua voz meio rouca ela estreita o olho com um sorriso, enquanto das sombras abertas por Kuroi nas costas do shinobi já ha alguns minutos, uma agulha metálica lançada atinge a nuca dele. Da pequena perfuração umas profusões de linhas negras irregulares se desenham na pele de Ao, e como uma dormência crescente, ele iria sentir uma paralisia se instaurando repentinamente em todo seu corpo, mantendo porém sua consciência.
Fazendo um biquinho com os lábios, Midori assopra suavemente no rosto de Ao e abre um sorrindo perigoso, se levantando e dando as costas logo depois.*

__ ...Não se preocupe flor de cerejeira. Aqui...você tem o tempo que quisermos.
*Saindo daquelas sombras Takanagi frisa Midori com desconfiança, e arregaça um pouco as mangas, se abaixando ao lado de Ao com um pincel nas mãos.*

_ Que convincente Midori-san. Um troféu de atuação para você.

__ Tsc. Eu sei. Foi um desafio pra você ficar calado tanto tempo né? Rs.
Mantenha ele...
Perdão Ao, mas...É demais da sua parte pedir para ver nossa querida Kage em trajes de banho. Agora que pode, aguarde apenas um pouco.
*Claro que eles não tinham confiança o suficiente em Ao para deixa-lo se aproximar de Baiken em tal momento, e aquele, era com certeza o artifício menos violento e cuidadoso que poderiam usar para garantir sua permanência.
Takanagi, que estava abaixado ao lado de Ao, terminava de pintar algo em seu pescoço e olhava com raiva para Midori, que se distanciava até o balneário.*

_...Vadia insuportável.

*Chegando à beira, a kunoichi lança um olhar analítico sobre Baiken e Kuroi.*

__ Hun. Pelo visto está indo tudo bem. Termine de se recuperar. Há alguém querendo falar com Baiken-sama.

- Midori...Quem?

__ Ao Hanabudo. Mas ele ira aguardar. Se tranquilize.
Estou voltando para a Sala dos Kages... Creio que tenha visto a confusão com Mayli...
-...Sim. Acompanhei até certo momento...

__ Caso necessário, irei direciona-la para cá. Lioko poderá ajuda-la.

- Sim. Obrigada Midori-san.
*Com um suave aceno de cabeça, Midori se despede e olha para Kuroi, que trata de abrir um portal negro, por onde ela vai embora da mesma forma que chegara.
Meus olhos que fitavam o além, havia algo me incomodando naquela história toda.

A alguns metros atrás, na porta das termas Takanagi guardava seu pincel e via o selo no pescoço de Ao começar a brilhar de um vermelho intenso.*

-...Pronto, funcionando, não vai mais se despedaçar.
Vai continuar paralisado. Eu não tenho nada haver com sua raiva por ter sido enganado por aquela lá. Aliás, pelo visto ela gostou de você. Aquilo costuma ser terrível com qualquer um.
E nem adianta me olhar assim, você que escolheu. Ninguém mandou não desembuchar logo o que precisava com nós...

*Aquele “clone” de Edson começava a ser suprido por chakra, e o selo feito em sua nuca garantia sua conservação. O que precisaria agora era apenas suportar a matraca de Takanagi.*

off: Posto mais detalhes sobre o que foi feito depois.

*Passava a ter certeza que não iria gostar de nenhum dos subordinados de Baiken, pela forma como eles tentavam evitar que tratasse com ela de forma rápida*
- Vocês ainda não entenderam, não tenho interesse em ficar perdendo o meu tempo com vocês.

*Sinto a pintada na nuca, eles estavam dispostos a tudo para me manter longe da kage. A paralisia era insignificante no estado em que eu estava, não tinha chakra sobrando depois de ter deixado uma boa parte para trás para ajudar o jovem shinobi do centro*
- Suas precauções são inúteis. Se eu quisesse ter ferido Baiken teria feito quando ela permitiu um inimigo como um de seus homens de confiança.

*Midori e Takanagi pareciam contentes com a captura. Ela se afastava e o homem fazia algum tipo de selo para que algum chakra fosse depositado no corpo que se acabava rapidamente. Já tinha vários pedaços da mascara ao chão, uma nova rachadura deixa uma grande lasca se desprender do que era o meu rosto e sinto o chakra fluir ao término da frase de Takanagi dizendo que estava pronto*
- Tenho que concordar com a garota. Você deveria aprender a ficar quieto. Se não falasse tanto talvez eu apenas esperasse.

*As lascas pareciam compartilhar o chakra comigo e o chão da própria estalagem supria a necessidade de madeira. Um novo corpo se forma na minha frente, a mascara que cobria se rosto estava completa, a medida que o novo clone se forma eu mesmo me desfaço. O novo clone ignora a cortesia e entra na fonte*
- Não confunda as coisas, odeio ficar preso... Mas odeio ainda mais tagarelas.

*A cena seguia sendo estranha na terma*
- quem irá ser o próximo a me deter? Você mudo, ou você tagarela? Sinceramente não irei enfrenta-los, mas não serei parado por truques... Se puderem observar essa pensão irá me prover quantos corpos eu precisar para isso, vocês me deram o chakra para isso.

*Havia apenas uma pessoa porem que precisava falar*
- Baiken, vai tratar comigo ou vai mesmo querer que isso continue?

*Aquilo me irritava, cada vez que um servo de Baiken se intrometia sentia que estava prestes a se desfazer das limitações que havia imposto a si mesmo para tratar com eles*
- já falei que não desejo lutar contra vocês. Mas estão começando a me irritar com tudo isso.

*havia entrado e saído da terma, voltando para o mesmo quarto que estava antes apenas para o encontrar vazio e sem o tagarela nela. Kuroi devia ter sido o responsável, já havia visto sua habilidade antes*
- Takanagi, se pretende me prender novamente sugiro que o faça me encarando de frente. Mas entenda de uma vez...

*começo a fazer muitos selos em sucessão, a velocidade que fazia os selos era alta, e de meus poros começa a exalar um tipo de pó*
- Assim que voltar, irá ser atacado. Não espere clemência.

*Minha máscara se racha novamente indicando a quantidade de chakra que havia usado ali. Se algum dos servos de Baiken entrasse no recinto, ou fosse atingido pelo pó por algum outro motivo, teria seus sentidos alterados e passariam a ver uma sequência de ações como se a interassão entre eles e eu continuasse comigo fazendo ameaças*

*Ainda preso e esperando que Takanagi fosse tão cabeça quente quanto parecia me mantenho no centro da sala com a jutsu ainda ativo. Meu chakra se esgotaria rapidamente com aquilo, mas o tempo ganho pelos ajudantes de Baiken deveria ser o suficiente. Me aproximo do portal que me separava da terma*
- Kuroi, abaixe esse portal. Sua vila corre mais risco com as pessoas atacando um kage no bosque do que comigo falando com Baiken.

*Não sabia o quanto os assistentes sabiam do que ocorria em outros locais da vila, mas pelo que podia sentir do chakra que ainda tinha dissipado no bosque podia entender que ali teria ainda mais confusão se as coisas continuassem como estavam*