Vila Kyouke

Relembrando a primeira mensagem :

Mais um vilarejo do que uma vila propriamente, essa era o local onde as famílias Kyoukes viviam, se encontra em um ponto um pouco acima da mata e ainda era coberta por ela para evitar que fosse identificada.

O estilo de vida dos Kyoukes parecia simples, casas normalmente pequenas e de madeira com no máximo dois cômodos. Nenhuma estrutura no local indicava um forte comercio entre os locais, embora houvessem locais facilmente identificados como forjas e casas de ferreiros. O vilarejo estava abandonado, várias casas não passavam de uma ou duas paredes em pé.

O local circula vento em abundância, em alguns períodos do dia é possível ouvir os sons dos ventos cortando a montanha.

- Kuroi-san, agora somos eu e você. Não posso explicar sobre isso.
Tatsuma ja está com Baiken-sama, e acabei de ter um encontro estranho com alguns daqueles lobos que os Kyoukes invocam. Deixaram a entender que não foi Vincent que o raptou de Tetsu, e colocaram o garoto como peça chave para salvar esse outro garoto...
Henzo Kyouke está sendo mantido refém de Vincent.
Os lobos seguiram naquela direção informando que iriam resgatar Henzo sem nossa ajuda.
Em cima desta montanha há uma construção antiga...Um templo. O vi antes de descer até aqui.
Suspeito que estejam lá.
Irei lhe dar passagem... fique pronto.

A mulher olhava diretamente para Kuroi, fazendo um sinal positivo ao final, e erguia voo para o alto velozmente sem olhar para trás.

*Descia do topo daquele monte, estava exausto de gente se metendo em minha vida. De peão em Semba e capacho em Tetsu, agora subterfugio para negociação. Sequer tentava disfarçar o quanto estava irritado com tudo que estava acontecendo*
- Hattai, né? Você é um servo dos Kyoukes, deveria me ajudar ao invés de ficar abanando o rabo para o Kyo. Vocês vão me fazer ir para essa tal vila dele, não quero isso.

*De alguma forma havia pelo menos se acalmado para não tentar atacar o lobo e o ninja de Ookami, precisava de alguma ideia para distrair eles e fugir dali, não que fosse fácil fugir de lobos quando se está cego e tem uma floresta inteira para te atrapalhar*
- Mesmo que eu assuma que aquele era o templo que eu procurava, que os velhos estão mortos, prefiro vagar por ai do que dar de cara com ele... Que tal se fizéssemos um acordo?

*Tinha um sorriso maligno no rosto*

*A quantidade de lobos haviam diminuído, mas ainda tinha um bom número ao redor de Henzo vigiando os possíveis ataques... alguns seguiam caminhos diferentes e mais altos devido ao último ataque que haviam sofrido quando estavam com Tatsuma. Hattai seguia ao lado de Henzo, assumindo uma forma humana que parecia um senhor forte*
- Henzo, você fala como se fossemos escravos. Somos aliados, a matilha protege os kyoukes e os kyoukes protegem a matilha. Você está confundindo toda essa relação como servidão.

*O lobo/homem, ouvia o garoto com uma cara desanimada, ele tinha razão que deveriam levar ele para a vila, mas também haviam falhado em sua missão*
- Henzo, a realidade não pode ser mudada. Você não está seguro aqui fora, sua kekkei genkai está descontrolada. Se Tatsuma estivesse aqui poderíamos fazer algum acordo para que os dois seguissem juntos, mas ele foi tomado por Tetsu e sem alguém para te orientar sua vida está em risco.

*Hattai falava com calma e demonstrava um nível de empatia com o garoto*

*Fechava a cara com a resposta de Hattai, o cachorro velho era mais surdo do que pensava que esses bichos seriam*
- Protegem? E você ta protegendo quem aqui? Descontrolado, em perigo. Seu garoto quase me matou em Tetsu, seu líder me abandonou em Semba. Pare com a farsa e vai ver se estou em outra floresta. Estou livre do psicopata que achava que iria me usar como uma peça em seu joguinho de vingança, ouvi os argumentos idiotas e neguei ele. Pronto, pode voltar ao Kyosho e falar que seu coleguinha não vai ter minha ajuda.

*Alcançava o cabo da espada*
- Mas se quiser fazer a segunda parte de forma mais agressiva, ai sim, vamos ter algum sangue por aqui... Provavelmente o meu no final, que tal? Eu contra todos vocês, até o último em pé... Recebi uma informação interessante a uns minutos atrás, parece que se eu simplesmente quiser posso abrir mão da conversa e simplesmente atacar até a morte sem poder ser parado, que tal? Tentei uma negociação pacífica, mas já que parece que com vocês é só na base da agressão, não tenho problema com isso.
"Que blefe mais ridículo!"

O chão abaixo de Henzo tremia levemente enquanto algumas raízes se deslocavam rapidamente imobilizando seus pés, enquanto um aroma suave e inebriante faziam daquele lugar um ponto mais tranquilo do que seria antes. O genjutsu não era uma especialidade, mas servia bem ao propósito de acalmar os ânimos daqueles tão afoitos ao combate.

- Ora, ora, vamos parar com a brincadeira de gato e lobo aqui. Hattai-san, recue, Henzo está sob minha responsabilidade agora e vocês, sinceramente, estão me atrapalhando bastante.

Aparecia a frente de Henzo, entre ele e Hattai, trazia comigo uma cesta com várias frutas e tinha dois cantis com água. Tinha um sorriso sincero no rosto.

- Henzo, irei liberar o jutsu para que possa se mover livremente, mas gostaria que assim como fez com seu suposto captor me desse então a chance de uma conversa. Como pediu, trouxe algumas coisas para comermos, deve estar com fome.. irei aproveitar para prerar um chá.

*Para Hattai aquela criança era ainda pior de se lidar do que a criança Tatsuma, parecia que nada que falasse ou fizesse o faria recuar sobre suas ideias suicídas. Quando sente o cheiro doce e calmante do jutsu de Hotsu sente mais uma vez que havia falhado em sua missão, já não tinha mais Tatsuma e provavelmente não teria condições de proteger Henzo*
- Ele é do nosso clã, deveriamos ser nós o protegendo e não um rapaz que mal o conhece.

*Tentava rosnar ou demonstrar mais seu contragosto em deixar Hotsu lidar com a situação, mas a sensação de calma limitava seus impulsos. O sentimento de falha o faz recuar, porém, e devido a isso ele não seguia seus argumentos dando ao Jounnin a abertura para agir como preferisse. Hattai uiva uma última vez, fazendo com que um lobo negro viesse ao seu lado*
- Fique de olho nos dois, não tenho mais energia para manter todos aqui. Iremos voltar, sabe o que fazer.

*Hattai e os demais lobos se desmancham numa núvem de fumaça*

*Tentava tirar o pé antes das vinhas me prenderem, mas a distração da discussão com Hattai me atrasaram e logo o cheiro do perfume que Hotsu havia usado começava a me afetar, ainda tentava manter a raiva que sentia daquela situação, mas tinha dificuldade de manter o foco*
- Mais um intrometido... Vocês não sabem o significado da frase me deixem em paz, não?

*Hattai finalmente desaparecia deixando um lobo para traz enquanto Hotsu tagarelava sobre comida, Pensava consigo mesmo que aquele cara ou devia ser tapado ou era muito sonso para não entender que havia falado de comida para mandar ele embora de vez. Pelo visto ele estava nos espiando e vendo como as coisas iam antes de se pronunciar, certeza que era igual o Kyosho, sempre se intrometendo e nunca agindo só reagindo*
- Que bom que você é um cãozinho tão bem adestrado, mas poderia só ir embora e me deixar quieto. Não quero me envolver nesse mundinho maluco de vocês, já fiquei cheio de brincar de ninja.

*Me sentia contrariado, mas pelo menos eram menos gente para fugir quando tivesse a chance*
- Mas já que quer tanto ouvir a própria voz, te dou pelo menos essa colher de chá... O tempo desse lanche, ai você me deixa ir embora e garante que nunca mais vão me incomodar.

Sorria de forma descontraída para Hattai e Henzo, a invocação havia aceitado recuar e o garoto a pelo menos ouvir um pouco. Poderia dizer que aquilo era uma vitória maior do que ter tirado Henzo de perto de Vincent, mesmo tendo chegado atrasado para impedir esse encontro.

- Você é um rapaz muito impulsivo sabia? O jutsu que estamos vai nos permitir ter os ânimos menos aflorados, não quero que sinta que estou te manipulando e então serei sincero isso é apenas um genjutsu simples, não impedirei que saia dele. Mas é um genjutsu que auxilia na conversa, estou sob o efeito dele também.

Seguia para uma das casas que haviam por ali, poderia usar uma mesa ou qualquer bancada para fazer alguma coisa para que pudessemos comer. Enquanto caminhava lançava uma maçã para Henzo para que pudesse comer algo enquanto esperava.

- Vamos trocar propostas depois que ouvir o que tenho a dizer, tudo bem? Não quero te prometer algo que não posso fazer sem que antes tenhamos ambos ouvido nossos lados da história. Você quer ser deixado em paz, queremos te deixar em paz também, mas não podemos te deixar se matar em paz e levar outros com você.

Deixando a cesta em uma mesa meio bamba, uso um pergaminho para invocar alguns utensilios de cozinha. Fazia fogo num canto e limpava um pouco o local para que fosse mais aconchegante.

- Antes de entrarmos em assuntos chatos. Como chegou aqui Henzo? Tetsugakure enviou excelentes rastreadores para evitar seu encontro com Vincent desde que ele escapou de sua prisão, eles desejavam apenas se assegurar que nada acontecesse com você. Não querendo te desmerecer, mas você não teria condição de despistar aquele grupo.

*Fazia um som de desprezo em ouvir que estava sendo manipulado por um Genjutsu, mas a sensação de calma me deixava menos nervoso em estar sendo manipulado e apenas me limitava a seguir o outro até a casa quase caindo e me esforçava para pegar a dita maça que o doido havia jogado para um cego*
- Você sabe que não enxergo, quer disperdiçar comida jogando algo que não vejo?!

*Caçava um canto para comer a maça enquanto ouvia a ladainha daquele cara, pensava comigo mesmo que era melhor sair de vez daquele maldito genjutsu para poder fazer algo. Mas ele tinha razão, havia ouvido a ladaínha de Vincent e batia com o que tinha ouvido sobre se tornar uma bomba se continuasse da forma que estava*
- Certo, mas não espere uma resposta positiva. Sinceramente não sei sequer por que ainda estou escutando vocês, já me livrei dos lobos. Me livrar só de você será mais fácil, ainda mais sendo tão obediente.

*Cutucava o jounnin enquanto ele falava do grupo de Baiken, não fazia ideia do que ele falava, nunca tinha tido qualquer problema até chegar ali, talvez uma ou outra coisa pela condição, mas não havia sequer tentado despistar um grupo de perseguidores além de me manter em locais mais cobertos*
- Tsc. Não sei do que está falando, mas não deveriam ser um grupo tão bom assim, só tentei evitar um único rastreador minha viajem inteira. Um passaro obeso chamado Hikuro, que deve preferir campos abertos ao invés de uma floresta fechada. Depois que cheguei ao ponto de comércio só peguei a primeira caravana para esse pais e mais nada, não tentei me esconder ou algo do tipo.

*Tentava lembrar se tinha ocorrido algo no caminho*
- Hmm, tive alguns problemas na floresta, perdi algumas coisas para uns animais e tive que evitar caminhos mais perigosos, mas fora isso, minha viajem foi realmente tranquila até chegar aqui. Esse grupinho da baiken deve ter sido formado pelos piores caçadores do mundo, ou Kuroi deve ter esquecido onde me deixou e eles estavam perseguindo um esquilo qualquer. Acho que até Mayli e aquele gordo do Hikuro teriam mais chances que eles de rastrear um cego numa floresta.

Suspirava com os cometários ácidos de Henzo, o garoto era petulante além da conta. Seguia organizando aquilo que precisava para fazer algo e ouvia seus delírios.

- Até gostaria de tentar ver você tentando, mas sinceramente seria um jogo um pouco entediante para nós dois. E não jogaria algo que não pudesse pegar, seus reflexos estão melhorando, já vi que tem se acostumado a usar os demais sentidos e é importante que você também tenha noção disso, mais do que apenas se gabar deles.

Ouvia atento o relato de Henzo, as preocupações de Tetsu eram mais fundamentadas do que Kyosho parecia disposto a compartilhar quando me deu a missão de buscar Henzo. Ele sabia o que estava acontecendo, não havia dúvidas disso. Henzo não teria chegado a fronteira sem ajuda se o que ele havia descrito com tanta casualidade fosse realmente simples.

- Incompetentes? Eles pegaram Tatsuma, que te prendeu facilmente, e enganaram os lobos sem problemas para fazer isso. Acho que já deveria ter percebido que na verdade você foi guiado até aqui. Pense, como Tatsuma ou eu estariamos aqui?

Pausava, para deixar ele digerir aquilo.

- Seus passos nunca ficaram ocultos, não de Vincent e menos ainda de Kyosho-sama. O que me intriga é, qual jogo os dois estão jogando? Por que Kyosho deixaria isso rolar até aqui e por que Vincent prestaria atenção a sua saída de Tetsu se enquanto estiveram lá ele nunca o abordou?

Lançava um olhar curioso para Henzo, antes de voltar ao que fazia e deixar mais pensamentos rolarem.

- Pelo medo que todos tinham, você não deveria ter saído daquele templo do jeito que saiu.. .Na verdade, esperavamos que ele o sequestrasse de uma vez. Vou ser sincero, a relação entre aqueles dois está ficando mais obscura quando analisamos o que aconteceu.

*Aquele teor sarcástico da conversa sobre minha fulga me lembrava de tempos melhores, provocações simples e disputas saudáveis. Por alguns momentos pensava que se conhecesse aquele cara em outras ocasioes poderia sido divertido, mas não me permitia esquecer que aquilo era só mais uma forma de me prender e tentar preparar o terreno para me levar a força para a vila dele*
- Uma vida com eles, se não me servissem para nada seria só uma maldição, viver ouvindo qualquer coisa, sentindo cheiros insuportáveis, sentindo na lingua o gosto antes mesmo do cheiro de coisa podre. Não foi de hoje que aprendi a usar eles, sabia?

*As menções as habilidades dos ninjas de Tetsu e de como Tatsuma havia me capturado me incomodavam. Não havia feito nada diferente, nada que me desse qualquer impressão daquilo que ele falava. Segui para onde queria seguir, não tinha dúvidas de que deveria estar no lugar certo... Havia morado ali quase minha vida inteira, devia apenas ter errado a montanha e nada mais. Era óbvio que Kyosho saberia para onde eu iria, ele me tirou daqui contra minha vontade! Vincent não deveria ser diferente, deveria saber que se eu fosse para algum lugar seria ali, eles só tinham a informação previlegiada de pertencerem ao mesmo clã que eu*
- Incompetentes ou não, sendo perseguido ou não. Cheguei aqui com minhas forças, não vou deixar você duvidar de minha capacidade de achar minha própria casa! Já falei, tive alguns percalços. Quer dizer que os dois os colocaram no meu caminho? Talvez eles só estivessem brincando com seus amigos de Tetsu... Se for isso, estariam me fazendo um grande favor.

*Bato na mesa com o último comentário de Hotsu*
- Morto?! Quem você pensa que é, senhor não consigo lidar com um homem mesmo estando em maior número?! Ficaram todos se borrando do cara! Teria sido melhor sair de la morto do que ficar ouvindo essa ladaínha tão insonsa quanto sua comida. Se quer saber qual a relação dele com Kyosho, pergunte a eles, devem ser amantes que ficam falando por ai que um é mais malvado do que o outro!

Mantinha o foco em picar algumas folhas e fatiar algumas frutas enquanto Henzo novamente parecia se entreter em acreditar que era muito bom em algo além de não entender a situação que estava. Pensava brevemente sobre o quão absurda era a ideia de ter uma hiper exposição ao mundo, realmente nunca havia parado para pensar na cacofonia que deveria, até ouvir a batida na mesa.

- Ora ora, pincei um nervo. Desculpe, não era a intenção. Estou falando apenas que sua vinda aqui foi mais orquestrada do que você imagina. Não tenho dúvidas de que eles sabiam para onde iria quando se sentisse perdido, mas as informações que recebi de Tetsu era que você estava em perigo pelo criminoso fugitivo, enquanto o lider de minha vila apenas me disse que você deveria ser levado para lá.

Colocava tudo que havia feito dentro de uma pequena panela com água e colocava tudo para cozinhar no fogo, indo então para a mesa com Henzo.

- Vamos lá, se sente, concordou em ouvir e estou apenas conjecturando tudo que tenho de informação. Tatsuma já estava aqui por um propósito, te impedir de chegar ao topo dessa montanha e o convencer a treinar com alguém de seu clã. Então por que eu fui mandado para te "resgatar"? Terá sido por Tetsu pedir ajuda para encontrar Vincent? Se for, isso demonstra que Kyosho não desejava que esse encontro acontecesse.

Me apoiava na mesa.

- Mas esse encontro poderia acontecer enquanto os dois estavam em Tetsu, sem nenhuma interferência que não fosse Tatsuma. Que pela reação de Tetsu, nunca havia sabido do problema que tinham nas mãos, seja com Kyosho os comunicando ou Tatsuma. Entende? Parece que alguma forma de acordo existe, mas que tipo?

*Sentia minha raiva sendo passageira pelo comentário dele e lembrava do efeito que ele havia falado, mais uma manipulação de alguém. Havia aceitado conversar, não podia simplesmente sair dali sem concluir pelo menos isso*
"Até que isso é útil, mas se quiser posso sair daqui"
- Só cala a boca. Você faz rodeio demais para falar o que quer. Se eles sabiam ou não, se tem um acordo ou não, isso é com eles, e garanto que nunca falarão a verdade.

*Me acomodava e comia a maçã com desgosto*
- Eu sei o que você quer, quer que eu te fale o que aconteceu quando vocês não estavam vendo. Já vou avisar que não irei compartilhar isso, esse é um assunto meu. Mas se alguma coisa for verdade, você pode ficar tranquilo sobre eu me matar ou levar qualquer um junto, tem muito mais coisa que eles escondem de vocês, isso se você acreditar no louco de cabelo grande.

*Apontava para os meus olhos*
- Mas fique feliz, você não podia fazer nada sobre eles. Se entendi bem, estão "selados" assim como o braço do Tatsuma. Se eu treinar poderei eu mesmo me devolver a visão, se me deixarem em paz não terei nada que me tire do sério e me faça apagar. Então se havia algum acordo era para me deixar por fora do limite da kekkei genkai. Colocar o Tatsuma, que nem consegue curar o proprio braço sozinho para me treinar é só uma forma de manter as coisas abaixo do esperado.

*Sentia vontade de socar alguma coisa só em lembrar do chunnin*
- Um bully sem cerebro que acha que pode resolver tudo na base da força, é uma piada Kyosho achar que ele valeria para alguma coisa. Sabendo que o outro estava vindo ele deve ter se borrado da possibilidade de eu decidir treinar de verdade, aquele egoista metido a besta.

Deixava Henzo falar, afinal, por mais que ele pudesse não querer dizer o que exatamente houve ele soltava pequenas informações que já podiam ser uteis. O garoto provavelmente se sentiria acuado se fosse contraposto por algo naquele momento e certamente não seria a forma mais rápida de conseguir alguma informação.

- Entendo, então quer dizer que seus olhos estão sob uma imposição própria... Sinceramente, seu sangue parece mais uma maldição do que uma benção. Quanto a Tatsuma, acho que o está julgando por seu temperamento e não sua efetividade.

Olhava aquela construção antiga e quase sem vida, era incrível que se mantesse em pé dado ao abandono.

- Me corrija se estiver errado, mas ele não estava em condições de usar seu chakra e mesmo assim estava aqui. Não me parece que a condição dele seja algo simples de ser resolvida. Talvez, nem mesmo a sua seja tão simples de se alcançar... Claramente não será com um treino sozinho, sem orientação de alguém que já tenha passado por algo similar.

Olhava antento ao rapaz quando tentava por um ponto naquela conversa, o que estava sendo cozinhado começava a cheirar.

- Principalmente sabendo que provavelmente houve uma tentação da parte de seu perseguidor para que você tenha certeza de que pode dominar isso... Talvez, ele tenha até mesmo te deixado alheio dos problemas que essas habilidades com Raiton podem causar em sua cabeça... Ou posso dizer suas mentes.

*Aquela conversa estava se arrastando e indo para um lado que não gostava, Hotsu estava se metendo demais no que não era da conta dele*
- Nada que signifique loucura deveria ser considerada uma benção, só uns ignorantes para achar que ser poderoso é algo bom. Sempre me disciplinei no caminho da espada, vocês com seus ninjutsus e missões ninja que tem essa ideia sem cabimento.... E sinceramente, Tatsuma é um tosco que deveria estar sendo disciplinado.

*A barriga roncava com o cheiro da comida, não era o melhor cozinheiro do mundo e havia se virado até então*
- Você não vai tirar de mim o que aconteceu, esquece isso. Sua comida está quase pronta e logo irei embora. Como falei, é seguro e não tenho nenhuma intenção de me envolver no que quer que tenha entre Kyosho e aquele cara.

*Segurava o cabo da espada apoiada ao meu lado*
- O que me importa agora é só sair desse cemitério e buscar um lugar onde possa me treinar adequadamente. Sozinho, sem envolvimento de mais ninguém. Acharei uma outra montanha se esse for o caso para vocês, mando até um postal quando eu puder ver novamente.

*Sacava a espada e deixava a lâmina como se a tivesse avaliando*
- O que posso dizer sobre seu alerta é que, pelo menos agora sei que Miyume não fez isso. O efeito colateral da kekkei genkai pode ser evitado com o treino correto. Isso em si mostra que Kyosho não me preparou corretamente, Tatsuma não tem nenhum controle para tentar ensinar os outros, e meu clã abandonou esse lugar a muito mais tempo do que eu tenho de vida.

*Guardava a espada e fechava a cara para Hotsu*
- Já conversei o bastante com você, vou comer e ir embora, esse foi o combinado.

Ria da resposta de Henzo, ele tinha razão, muitos jutsus tinham consequências e alguns eram proíbidos devido a elas. Mas olhando sua linhagem não poderia deixar de pensar o fardo que aquele povo carregava.

- Você tem um ponto garoto, mas acho que está muito errado em pensar que deve seguir sozinho por ai como se pudesse jogar fora sua vida tentando e falhando, para isso é que os mais velhos existem, para mostrar o que já deu certo e o que deu errado.... Principalmente o que deu errado.

Ele já havia dado detalhes suficientes sobre muita coisa, detalhes pequenos e inconclusivos, mas ainda assim uma linha já havia sido definida quanto ao rapaz e suas reações indicavam ainda mais coisas. A comida estava pronta, então sirvo dois pratos para que pudessemos comer e deixo o de Henzo com ele.

- Bom, se você não irá mais falar, ainda pode ouvir. Você não tem permissão de sair pelo mundo sozinho, lamento, assim que são as coisas. Pelo visto sua chance era Tatsuma, mas ele está ocupado com as coisas que fez em Tetsu e você se tornou de alguma forma uma peça num jogo que ninguém conhece.

Com um selo desfaço o genjutsu que mantinha as coisas mais amenas.

- Você é livre para ir a qualquer lugar, mas dessa vez quem estará no seu encalço serei eu. Por mais que possa não parecer, sou bom em rastrear e também sou excelente em manter pessoas onde quero. O lado bom é que deixarei os espiões de Kyosho longe de você e também irei garantir que nunca mais encontre com Vincent, pelo menos não comigo vivo. Claro, se voltar comigo para Ookami me poupará um trabalho enorme.

Levanto sem tocar na comida e saio, deixando Henzo "sozinho".

*Ouvia Hotsu com uma cara de tédio e mantinha o silêncio, se ele queria ficar se repetindo era um problema dele. No final ele era apenas mais um peão que iria ficar no meu pé até não poder mais, quase ria quando ele claramente dizia que iria trocar quem ficava me perseguindo ao invés de realmente cumprir sua palavra e me deixar ir embora sem me incomodar mais*
"São todos iguais, já sei como saírmos.. Mas uma vez fora não tem mais volta."
- Faça o que quiser, sinceramente, você não é melhor do que os outros sabia.

*Deixava Hotsu sair notando que ele não havia comido nada, aquilo era só uma desculpa, seja lá o que ele colocou naquilo não estava tão faminto para comer algo que alguém que não confiava fazia. Alcanço o pergaminho que havia sido confiado. Sinto o papel e deixo o som do mundo ficar distante, havia sido pouco tempo vendo algo, mas havia uma escolha fácil para que as coisas funcionassem... Era como uma meditação normal*
- Sabe, você é realmente um sujeito sem salvação. Vamos.

*Com uma mordida abria uma pequena ferida em meu dedo, o sangue era usado para a criação de um selo na mesa. Fazia alguns selos rápidos e batia na mesma. O jutsu causava uma explosão que destruia a casa onde estava (não que isso fosse difícil). O que passava era confuso e sinto como se fosse puxado, meu corpo batendo em algo úmido*
- Segue isso cachorrinho.

*Forçava a ativação de minha kekkei genkai, podia ver novamente, mas era estranho enxergar naquele lugar. Ouvia o rosnado em minha cabeça, naquele lugar isso não fazia diferença*

Assim que chego ao lado de fora paro na porta da casa esperando a próxima ação de Henzo, ele falava de forma meio desconexão assim que saia e então ouço a explosão. Imediatamente salto um pouco a frente para não ser pego por escombros e olho para o lugar onde estava o garoto.
- Malditos Kyoukes, será que não tem um que pense antes de fazer as coisas?!

Começo a procurar nos restos da casa um sinal do garoto, aquele lugar já era uma ruina e agora com aquela explosão quase nada poderia ser recuperado. Conseguia achar um pedaço da mesa onde havia deixado o mais novo e percebo que ele havia feito algum tipo de selo nele, mas a explosão havia feito o trabalho de deixar dificil reconhecer o exatamente era aquilo.
- Jutsu de espaço tempo, isso consome um bocado de energia. Que grande problema você me arrumou ein... Mas não é como se fosse irrastreavel, ele não é bom o suficiente para surgir com algo assim da noite para o dia, isso deve ser uma fórmula para uma invocação... Se conseguir descobrir posso tentar replicar.

Olhava ao redor sabendo que algum espião de Kyosho ainda deveria estar por ali.
- Vamos, preciso de ajuda aqui. Ou vai deixar ele ser levado sem sequer tentar ajudar?