Templo Kyouke

No topo do monte Mibu existe um tempo, grande e espaçoso, suas paredes apresentam marcas de tempo e abandono de um clã que antes se concentrava exclusivamente na montanha.

Aquele havia sido o lar dos anciões do clã Kyouke, bem como o local de cerimônias do clã e reclusão dos membros mais insanos do clã. Suas paredes eram grossas, não para evitar ataques de fora e sim para evitar que aqueles que ali viviam saíssem. Uma prisão sagrada para o clã, assim como escola e lugar de paz. O primeiro e último destino de um Kyouke.

Agora estava abandonado a quase duas décadas, seus antigos moradores haviam virado pó nos jardins e salões. Ainda era possível ver a destruição de uma batalha, esqueletos no chão e armas largadas se desgastando

Uma fumaça espessa se espalha por um salão grande e vazio, do meio dela passos são ouvidos até alcançar uma mesa com algumas cadeiras. Arrasto uma cadeira e puxo outra, deixando as duas frente uma a outra separadas pela mesa.
- Henzo, sente-se. Você terá tempo para pensar em tudo depois. Mas como disse, meu tempo é escasso antes que aqueles que disseram que te deixariam em paz cheguem o caçando para tentar me achar.

Não esperava uma resposta, ou não ligava para o que o jovem tinha a dizer, apenas lançava para ele aquilo que ele precisaria saber.
- Deve ser confuso, esse é o templo que você queria alcançar, aquele que você acredita ser sua casa. Como já deve ter sentido, o cheiro aqui é de apenas morte, não há vida aqui a décadas. Sua memória desse lugar não passa de uma impressão, algo fabricado e claramente uma farsa se me permite dizer.

Olhava as expressões do garoto sentindo como ele se comportava.
- Não tente argumentar. Estou te garantindo isso como aquele que destruiu esse lugar antes mesmo de seu nascimento.

*Havia sentido seu corpo leve e então o toque com o chão de pedra. Não sabia o que aquele homem havia feito, mas não sentia mais a presença de Tatsuma e claramente não estávamos mais na vila. Aquele lugar tinha um cheiro de cemitério de ossos, um cheiro que não era mais de putrefação, mas ainda um cheiro de morte... ouço ele arrastar uma cadeira enquanto fazia um discurso sem sentido algum*
"Fabricado?"
- Você só está tentando parecer importante, onde estou? Por que ninguém consegue me deixar em paz nesse mundo. Só quero ver os velhos e viver em paz!

*Me recusava a sentar onde aquele homem havia indicado, tentava reconhecer aquele lugar de alguma forma, ele havia dito que aquele era o lugar onde eu desejava estar, mas não era mais do que um cemitério sem vida alguma*
- Você tem falado que Baiken quebrou sua palavra comigo por sua causa, por que acha que vou acreditar em você? E mesmo que acredite, se o objetivo dela for apenas te matar por mim tanto faz, contanto que ela não tente me arrastar para uma vila cheia de ninjas pouco me importa se ela souber onde estou!

*Faço um sinal de que não ligava se Baiken me seguisse até ali ou não, o compromisso da Kage comigo era apenas me deixar em paz, enquanto ela não viesse me perturbar era irrelevante ela saber ou não onde me encontrar. Agora aquele que falava estava novamente tentando me puxar para os problemas dos outros*

Como esperado o rapaz ignorava uma parte das informações e se fixava num tópico irrelevante. Também não importava se ele se sentaria ou não, contanto que passasse a ouvir de alguma forma qualquer coisa que ele fizesse nesse momento era apenas uma resposta irracional.
- Parece não ter entendido. Os senhores que você se lembra nunca o treinaram, eles estavam mortos antes de você nascer, suas memórias não passam de um sonho de um homem que acredita que pode voltar ao passado e mudar alguns eventos.

Encarava o jovem com um misto de asco e ressentimento.
- Novamente, você está no local que desejava alcançar. Como pode sentir, apenas um cemitério sem vida a décadas. A última vez que estive aqui foi a 20 anos atrás, quando esses anciões que você se lembra me declararam como um proscrito e elegeram seu mestre como um prodígio.

Sorria ironicamente.
- Quando fecho os olhos ainda posso ver seus rostos ao saber que seus pensamentos obtusos os levaram a ruína. Quando se tem um monstro entre os seus, você o alimenta para que ele não o morda, não o contrário.

*Aquela pessoa era ainda mais confusa e estranha do que os outros que achavam que eram muito importantes no mundo. Aquele lugar não poderia ser o lugar que estava querendo alcançar, alguns velhos poderiam ter sido mortos por alguém, mas duvidava que todos seriam aniquilados seja lá quem fosse*
- Do que você está falando, eu estive com eles, eles me treinaram e criaram seu maluco sem sentido!

*Começava a sacar a espada da cintura*
- Mas se quer me provocar falando que matou eles, vou fazer você pagar por ter feito isso. Que tal? É isso que quer comigo, ver como posso acabar com você sem precisar de nenhum conhecimento desses ninjas enxeridos?

*Aguardava a movimentação de Vincent, nas condições que estava teria que reagir a ele, mas estava focado. A falta da visão me fazia usar outros sentidos que normalmente não eram trabalhados e minha linhagem me permitiria lutar mesmo sem ela*

Henzo ainda se negava a acreditar que aquele lugar era o qual procurava e fazia sua ameaça vazia, como se houvesse algo que soubesse que poderia fazer contra mim. Sua bravata não despertava qualquer interesse.
- Você acabou de ser derrotado por alguém mais jovem, mais fraco e que foi debilitado por dois kages a 5 minutos. Sequer é digno de carregar uma dessas garoto, agora...

Surgia a sua frente com uma mão apoiada na guarda da espada impedindo o saque enquanto a outra segurava sua cabeça e fazia passar uma descarga elétrica que religava os nervos óticos do rapaz. Ele poderia sentir a visão voltar aos poucos e o chakra preenchendo seus olhos. O local tinha vários crânios espalhados pelo local de forma organizada e ele poderia reconhecer a estrutura de suas lembranças.
- Diga Henzo, quem são seus pais ou o nome de um desses velhos? Eu sei que não sabe dessas coisas, sabe apenas o que fala o tempo inteiro, que foi treinado aqui... Você foi enganado.

Me afasto deixando o rapaz livre para desfrutar do momento que enxergava.
- Seus olhos estão selados garoto, um subterfúgio para impedir seu crescimento e permitir que outro tome o controle na hora certa. Sua rebeldia serve a um propósito.

*Estava cansado da atitude daquele homem, mas quando ia terminar o saque sinto uma pressão na ponta da espada a impedindo de continuar o movimento. Ouço sua voz a minha frente e sinto sua mão tocando meus cabelos, ainda sentia a fraqueza do que ele havia jogado em mim na vila*
- Maldito! Como se eu fosse falar sobre minha família com alguém que fala que os matou! Acha que me assusta, você é só...

*A escuridão que vivia nos últimos meses começa a se dissipar, vejo pela primeira vez a silhueta daquele homem e reconheço a cor vermelha de sua roupa. Era um choque poder ver depois de tanto tempo e isso me fazia parar, olhava ao redor, aquele local era como me lembrava e era triste o ver vazio e aquelas malditas caveiras que ele havia colocado como "decoração", sentia um misto de raiva e admiração naquele momento em que reganhava a visão e tinha que ouvir as insanidade daquele homem*
- Selo? Quem? Por que?
"Não o deixe te enganar!"

*Dou um tapa na mão de Vincent e me afasto por instinto*
- Não vou cair nessa! Você está me manipulando, me fazendo ver e sentir o que deseja! Isso é como meu treinamento, uma simulação!

*Olhava ao redor ainda não acreditando que poderia enxergar novamente ou no que via*

Olhava sério para Henzo e sua birra infantil.
- O que eu ganharia te enganando, garoto? Estou abrindo seus olhos pela primeira vez, o clã que você conhece é uma mentira.

Seguia até os crânios e pegava um deles o mostrando para Henzo.
- Estes senhores tentaram apagar o passado, assim como tentaram fazer com aquele que os superaria. Eles não conseguiram fazer nenhum dos dois e hoje seu mestre tenta guiar o restante de vocês através de uma mentira. E você, jovem, é o experimento do que ele tenta fazer.

Jogo o crânio ao chão e piso o destruindo.
- 20 anos atrás destruí esse lugar enquanto Kyosho tomou para si o clã e fez de você, o primeiro a nascer sem contato com o passado desse clã, uma marionete de sua vontade e um experimento para eliminar de vez a natureza animalesca de nosso sangue.

Busco um pergaminho em minhas vestes e estendo para Henzo.
- Tudo que você acha que sabe não passa de uma mentira conveniente. Sua verdadeira natureza, essa que o fez se cegar com ajuda de outro ninja, foi trazida a tona com o envolvimento de uma natureza pior ainda. Aquele clã Kynimamoto foi bem útil no fim das contas, ao te libertar das limitações impostas por Kyosho. Obvio, sem o devido treinamento você apenas irá morrer por isso, mas ninguém parece interessado em te ensinar isso, ou te explicar os apagões.

*Olhava desconfiado da pessoa a minha frente, sabia que desde o momento que ele havia me tocado não poderia me descuidar e acreditar nos meus próprios sentidos... Não conhecia aquela pessoa e não saberia dizer o que ele ganhava me enganando, mas com certeza ele ganharia algo*
- Duvido que não não há uma vantagem nisso!

*Falava entre dentes com raiva de me sentir manipulado por essa pessoa enquanto ele continuava a afirmar que minha vida era uma farsa e que havia matado todos aqueles que me eram preciosos. Ainda tinha a espada preparada para um saque, mas sem saber o que ele havia feito não podia arriscar fazer algo*
- Você ainda fala que não conheço minha vida, como acha que posso acreditar na sua historinha. Kyosho pode ter sido um péssimo professor, mas ainda assim ele não ficou fazendo um joguinho comigo como você está fazendo!

*Olhava o pergaminho com desconfiança, mas mesmo assim a curiosidade falava alto*
- O que é isso, mais mentiras? O que acha que vai conseguir com isso?!

Voltava a mesa que estava sentado antes.
- Há uma vantagem em te manipular, mas não com mentiras. Você não é importante o suficiente para que eu precise mentir para você, desejo destruir seu professor e você garoto, é apenas mais uma peça no plano de destruir ele.

Tirava uma mochila de baixo de mesa que havia sido preparada e montava a mesa com comida e bebida que serviriam algumas pessoas.
- O pergaminho contem a história do clã, desde a era em que eles eram nômades. Também possui os segredos que Kyosho deseja destruir para que o clã não volte à sua real natureza. Com ele você pode aprender, sozinho até, como dominar sua linhagem. Com ele, você não será morto por si mesmo.

Se sentava pegando um pedaço de pão e servindo um vinho.
- Seus perseguidores estão perto, meu tempo aqui está se esgotando. Se desejar posso apenas dizer que ficará mais forte, mas como poderá ver quando ler esse pergaminho o risco de morrer ao tentar fazer o que está escrito ai é grande... Você foi criado para ser um novo Kyosho, tem sua linhagem, mas não sua força e ele não deseja que tenha. Ele queria limitar sua força, e conseguiria se não fosse por razões externas.

Ativo a kekkei genkai, mostrando seu nível mais avançado.
- A anos não sabemos o que é o descontrole Henzo. E claro, nos três somos suficientes para o que precisamos fazer. Mas que tal? Estou lhe oferecendo uma troca, te dou o meio de se curar e em troca você irá ser uma arma que irá destruir um dos preciosos planos de Kyosho. Não poderia oferecer isso a Tatsuma, ele já conhece a verdade e mesmo assim também esconde de você.

*Olhava com raiva para Vincent, ele havia admitido que estava ali me manipulando e querendo me transformar num meio de atingir qualquer que fosse o objetivo dele... Ele havia declarado abertamente que me usaria como uma ferramenta e se meteria na minha vida aquilo me dava ainda mais raiva e sentia um rosnar na minha cabeça enquanto ele falava*
"Ele mente, jogue isso fora ou ele terá o que deseja!"
- Você admite que quer me manipular. Você é igual a eles, igual a todos os que dizem o que é melhor para mim! Vai para o inferno!

*Sentia aquele rosnado tentar ficar mais forte, mas algo fazia ele se manter longe. O rosnado e a voz que acabava ouvindo sempre pareciam distantes e fracas*
- Não vou ser uma peça no seu jogo. Me mate se preferir, mas não vou fazer parte de nada disso!

*Uma grande quantidade de lobos cercavam o templo vindo das sombras que o mesmo fazia. A alcateia parecia ter se agrupado para enfrentar aquele que se encontrava dentro das paredes daquele lugar. O templo era uma estrutura sólida que resistia ao tempo e aos rigores dos elementos, mas aquele lugar não havia sido feito para resistir a uma invasão e sim a uma fuga.

Suas paredes eram grossas e pesadas portas de material metálico transformavam aquele lugar numa prisão com apenas uma entrada a frente que resistia a investidas internas de arrombamento, mas não a uma grande força externa. As paredes eram altas e tinha um grande pátio que demonstrava as marcas de uma antiga batalha que havia ocorrido no local, buracos deixados onde explosões haviam ocorrido e pedras fora do lugar, mas o prédio se mantinha.

Os lobos se aproximavam vagarosos e observando os arredores. Três maiores avançam em direção a porta em um encontro único a escancarando quando se chocam ao metal, seus tamanhos muito acima do que um animal de grande porte chegaria. Atrás deles Hattai liderava outros 7 que avançavam contra o salão principal da construção e viam a mesa e a cena de Vincent e Henzo*
[Hattai] - Você não tem como escapar dessa vez demônio!

Sobrevoando o local, Azura observava o que acontecia com alguma preocupação. Muitos lobos se direcionavam a um prédio central.
Enquanto descia, a mulher silenciosamente lançava selos de papel pela construção, pousando por fim próximo à entrada, onde todos os lobos entravam. Ela erguia uma das sobrancelhas, se aproximando dos mesmos, enquanto admirava com algum sarcasmo a forma revolucionária que aquele lobo prepotente tinha abordado a situação.
Antes de passar pela porta, ela fazia alguns selos, tocando a construção com mais um selo. Entrava pela porta olhando para Hattai de esgueira enquanto ele se pronunciava, e olhava para Vincent, que estava ali fazendo um lanchinho.

- Não que eu queira atrapalhar algo... Mas que bom que encontrei vocês dois no mesmo lugar. Não temos mesmo tempo a perder...
Com licença, Sr. Lobo, agradecida por ter facilitado as coisas.

Uma armadura de vento em forma de plumas surgia cobrindo o corpo da mulher, enquanto ela dava alguns passos à frente.

- Vincent Kyouke, sou Azura Shinsora de Tetsugakure, estou aqui para detê-lo. Por favor, não ofereça resistência.
Enquanto a você, Henzo Kyouke, não é mesmo?
Eu sinto muito garoto...

Havia pesar na voz da mulher, mas ela tinha os olhos friamente direcionados para Vincent, e um pergaminho em sua mão estendido para Henzo.

Com os selos aplicados, Kuroi aguardava em um portal negro.

Minha expressão se fechava com a resposta de Henzo.
- Não jogue sua vida fora tão facilmente garoto, é vergonhoso a quantidade de vezes que você pede por uma coisa que claramente não deseja para se fazer de corajoso.

A porta se escancara e os lobos entram com raiva enquanto do lado de fora ainda mais deles ficavam em prontidão e os reforços de Tetsugakure tentavam se esgueirar e formar o que quer que fosse usando selos nas paredes do templo por fora. Sentia seus cheiros e ouvia suas vozes, tantas pessoas querendo passar despercebidas.
- Hattai-san, não disse que poderia trazer seus amigos, mas engraçado, esqueceu de trazer o jovem Tatsuma.

Azura entrava no salão com sua fala monótona e postura displicente, ignorava sua ordem olhando para a porta que se fechava atrás dos que haviam entrado. A visão dos nervos completamente saltados e os olhos vermelhos poderiam ser de alguma forma intimidadores para aqueles que olhavam pela primeira vez a cena. O ar começava a esquentar enquanto liberava meu chakra preparado para as investidas que se seguiriam.
- Finalmente chegou Kuroi-san, peço que se junte a nós. Sua mania de se esconder é entediante, estou aqui para oferecer a vocês os termos de minha libertação e, claro, da remoção de todas as acusações injustas feitas pela Kage de vocês a mim.

*Odiava aquele homem por ter falado aquilo, absurdo, sempre estava disposto a morrer pelo que acreditava!*
"Ele quer nos..."

*Ouvia a porta se abrir e os lobos entrando, tinha reforços afinal e era sua chance. Guardava o pergaminho que havia recebido e sacava a espada apontando para Vincent*
- Acabou a ladainha seu maluco.

*Sem entender coisa alguma ouço outra pessoa entrando na sala e olho para ela, uma Shinsora muito mais velha do que Mayli e que nunca havia visto. Aquilo me assustava, se estava sendo manipulado para enxergar uma pessoa assim não faria sentido e ela falava realmente em nome de Tetsugakure... Poderia ser que ele não estava mentindo?*
- Sente muito pelo que?
"Fuja!"

*Os lobos tentam atacar a Shinsora assim que ela alcança uma altura que pudessem alcançar, mas sua velocidade os impedia e acabavam errando seus ataques. Hattai ao ouvir a comoção se prepara para uma retaliação presença não desejada mas ouve a voz de Vincent que parecia esperar por aquilo e volta sua atenção ao problema real até ouvir a porta se fechar novamente.

Os lobos fora do templo tentam abrir novamente a porta, sem sucesso, os outros lobos que estavam com ele começam a se posicionar*
[Hattai] - Shinsora, já falei que não tem autoridade aqui! Temos as coisas sob controle. Espero que não faça nada que piore as coisas aqui.

*Se voltando para Vincent*
- Parece que cada vez fica mais encurralado Demonio, largue sua pose, sabemos como lidar com seu clã e agora temos mais gente aqui para fazer algo contra você... Não está no controle aqui. Henzo, venha para cá, está em perigo perto desse homem!

*Sua voz como um rosnado era impaciente*

A mulher mantinha o olhar em Vincent e sua base, o momento de desfalque na atenção de Henzo era o que pretendia. Azura liberava um selo de Kuroi direcionado ao garoto, que o engolia em uma esfera negra logo atrás de si que surgia e desaparecia, o levando dali.

- Interferir no seu caminho.

“ ...Mas será para o seu bem. Aqui não é lugar pra crianças.”

Após ter presenciado o fechamento da porta, concentrava seu chakra de vento até ter pistas mais concretas sobre o que suspeitava, intensificando sua proteção e isolamento contra o meio externo.

- Não negocio com criminosos. Em algum momento você se perdeu ao pensar isso, Vincent.
Se renda e pare de falar com as paredes. Kuroi não tem tempo para reuniões.

Azura ouvia as palavras do lobo, mantendo sua posição e foco. Sua armadura começava a expandir seu chakra, seguindo a tendência de Vincent.

- Desculpe não pagar pra ver, Sr Lobo. Sua concepção de controle com um gennin em risco não tem coerência pra mim.

Assim que a esfera negra aparecia atrás de Henzo ele era dissipada. O lugar como um todo parecia se iluminar nesse momento, suas paredes exibindo selos brilhantes que demonstravam um reforço de chakra. Henzo poderia ficar desnorteado pela súbita movimentação, mas não se ausentaria da sala, tão pouco os demais que ali se encontravam.
- Ninguém está autorizado a deixar essa prisão. Os antigos fizeram pelo menos esse trabalho direito.

Ignorava as palavras da Shinsora enquanto observava a reação de Henzo e esperava a manifestação de Kuroi.
- Não seja mal educado Kuroi-san, não tenho intenção de começar um derramamento de sangue aqui. Então simplesmente se mostre e vamos conversar.

Olhava Hattai, a temperatura seguia aumentando enquanto seguia verificando o posicionamento dos lobos e prestava atenção nas atitudes da Shinsora.
- Hattai-san, você foi convidado para essa reunião. Se comporte como o bom garoto que você é. Agora perceba que suas advertências não foram ouvidas, sua companheira parece achar que irá conseguir algo com sua agressividade.

*Sentia como se alguém tivesse me feito tropeçar ao sentir tudo ficando escuro e claro novamente. Olhava para a Shinsora com raiva sabendo o que aquilo significava e também o significado de suas desculpas esfarrapadas. Fechava o punho mais forte ao redor da empunhadura da espada*
- Qual o significado disso?! Agora entendo suas desculpas.

*Os nervos começam a aparecer em meu rosto e o olhar cada vez mais raivoso*
"Pare, ela só quer te proteger!"
- Você tentou interferir comigo, não é esse o meu acordo com a Baiken! Quer a cabeça do aquecedor ambulante, fique a vontade, tente isso novamente e farei questão de cortar suas asas.

*Ouvia um rosnado surgir como se fosse uma gargalhada no fundo de minha mente*

*Três dos lobos se voltam contra Azura ao perceberem sua intenção de fazer algo com Henzo, seus dentes afiados pareciam dissipar eletricidade enquanto rosnavam para a Shinsora. Hattai rosna para a ação dos demais que olham para ele*
[Hattai] - Shinsora, você não faz ideia do que está em jogo aqui e se intromete. Seu julgamento e ações carecem de tantas informações que vão nos levar ao desastre.

*Hattai continuava a encarar Vincent, enquanto os demais lobos começavam a avançar aos poucos se aproximando de Henzo*
[Hattai] - Henzo, Tetsugakure está tentando evitar que se machuque na luta que virá. Você não precisa participar disso e faria bem em se acalmar.

*Os sons de batidas na porta seguiam enquanto os lobos do lado de fora continuavam a forçar a porta que agora se encontrava trancada*
[Hattai] - Você acredita que se aprisionar numa sala cheia de inimigos irá te dar alguma vantagem? Por mais que não esteja satisfeito com a Shinsora ela está do meu lado e não do seu, o homem que você chama estará aqui para te prender. Você só quer ganhar tempo, mas seu tempo acabou!

Azura observava a situação com o jutsu de Kuroi e estreitava os olhos, se colocando um pouco mais entre Vincent e Henzo com sua guarda alta.

“Maldição...”

-Pense o que quiser garoto, estou apenas fazendo o meu trabalho tentando evitar perdas de inocentes. Olha a situação que esse cara te colocou. Um típico refém em um momento de ameaça. Fique você longe de encrenca se não quiser "interferência" da minha parte. Presta atenção garoto. De ouvidos ao lobo pelo menos.

A mulher seguia observando Vincent e quando ouvia os lobos, ela franzia o cenho sem tirar os olhos de seu alvo.

-Está certo sr Lobo, eu trabalho com as informações que tenho, não com as que me negam ou me escondem.

"O que esses cretinos estão tramando..."

Andava em direção ao templo que se encontrava fechado e cheio de lobos tentando forçar sua porta com calma. Havia visto o que precisava daquele lugar quando havia sido trazido pela miniatura de lobo anteriormente pra encontrar que um dos meus objetivos já havia sido removido do local e que o outro parecia prisioneiro onde tanto os lobos quanto os reforços de Tetsu haviam entrado. Enquanto ando faço selos e isso libera um aroma que faz os lobos se acalmarem e pararem de se machucar contra o a porta.
- Pobres criaturas, seu mestre é tão cruel que sequer liga se estão se ferindo para cuidar do problema que ele mesmo criou. Tsc, imperdoável.

Parava em frente a porta pesada que parecia trancada por algum motivo não natural. Aquele local não havia sido feito para estar trancado dessa forma, aparentemente quem estivesse de fora poderia entrar mais fácil do que aqueles lobos estavam tentando. Toco a pedra e fecho os olhos a analisando, algo ali estava estranho demais.
"Uma barreira, ou selamento, essa energia não é natural desse lugar. Algo corrompe suas funções"