ϟ_Missão I - Pistas: O sequestro de Miyume Kynimamoto_ϟ

Relembrando a primeira mensagem :

.

*Mayli não esperava ter sua necessidade atendida tão rapidamente, e parava tão abruptamente quanto o jounnin, tendo que voltar até ele.
Erguendo as sobrancelhas, a garota fazia um sinal positivo, e se sentava, retirando de seus utensílios alguns pergaminhos, e um pincel.*

- Ok!

*Recostando-se contra a árvore, Mayli engolia seco parecendo se concentrar após pensar um pouco batendo a ponta do pincel contra os lábios, e começava a escrever a mensagem. As vezes ela estreitava os olhos sérios ainda mantendo aquele bico. Estava realmente concentrada e levando a tarefa bem a sério.*

- Unnn....

*Após algum tempo escrevendo, a garota erguia uma das sobrancelhas, analisando.*

- Prontinho!
Agora vamos ver...

*Voltando a estreitar seus olhos, Mayli lia as instruções quanto aos selos de Kuroi, e se erguia, se voltando para o lenho da árvore onde estava recostada.*

- Então é só fazer isso...e depois...unnn...legal. La vai!

*Com um selo seguido de um assovio, a garota requisitava a ajuda de Hikuro, e logo o gavião aparecia agilmente entre as árvores vindo ao seu encontro dela. Quando pousava em seu antebraço, ela sorria com satisfação para o animal enquanto o admirava.*

- Hikuro-chan! Olha só! Essa tarefa é muito importante. É uma mensagem para Baiken-sama.
Estará em Tetsugakure em instantes, isso não é legal!?

*Ela realmente estava a conversar com seu gavião, e por mais bizarro que pudesse parecer para Long, ou não, o animal parecia entende-la e prestar atenção à sua requisição.
Fazendo selos com as mãos novamente, Mayli aplicava um selo de papel sobre o lenho da árvore, e ali de repente aparecia um portal negro, enquanto o gavião vinha para seu ombro e soltava um silvo breve fazendo aparecer um clone seu. Com um sorriso, Mayli prendia a mensagem no pé do clone de Hikuro, e após um beijinho em sua cabeça, o animal fazia um tipo de reverencia e entrava pelo portal, que sumia logo após sua passagem.
Mayli respirava profundamente dando um aceno positivo para Long, acariciando e dando um beijo na barriga de Hikuro, que voltava a levantar voo logo depois.*

- Pronto. Tudo certo Long-san!

*A garota parecia levemente satisfeita por ter cumprido aquela parte da missão. Quando entregasse a mensagem, Hikuro teria a confirmação de seu clone. E eles poderiam seguir e aguardar novas instruções e informações de Baiken.*

“Acho...que está tudo fluindo.”

*Após 3 dias eles voltavam ao ponto de partida, e Mayli respirava fundo, olhando para Long quando o ouvia falar, enquanto Hikuro vinha finalmente repousar em seu ombro. Com um leve sorriso, a garota confirmava a dúvida do jounnin.*

- Sim! Por enquanto só sabemos que a mensagem foi recebida por eles...Logo eles devem mandar alguma informação, eu espero.
Se achar que for ajudar, eu posso ir junto com você Long-san. Pra mim, você sabe o que importa...Mas você quem sabe!

*Mayli suspirava discretamente ao ouvir o comentário de Long, e olhava para a grande muralha do inicio do território de Raikagure.*

- Hoje, e mais 4 dias de espera...
Sim, bastante tempo.

*Apesar do tempo curto, a garota tinha aprendido a reconhecer as pequenas expressões de Long. Apesar de ser um cara bem reservado, ele tinha a surpreendido com sua coerência e empatia, e conquistado sua confiança. Percebendo que ele parecia gostar da idéia, a garota apenas atendia a seu chamado e o seguia para a sala dos kages, afinal, quanto mais rápido e maior precisão tivessem, menores as chances de algo dar errado.
...
Ao chegarem à sala, Mayli respirava profundamente. Em sua mente passavam todas as possibilidades em que o kage Kynimamoto poderia criar empecilhos e por tudo a perder, e isso a preocupava. Teriam que saber dialogar e expor todos os pontos de forma clara, e mostrar todas as consequências para convence-lo em último caso.*

“Tomara que ele coopere, tem muita coisa em jogo...”

*Mayli olhava para Long, analisando seu estado enquanto esperava por sua inciativa na entrada da sala.*

- Vamos então Long-san?

*Mayli deixava a sala ao lado de Long soltando um longo suspiro, seus olhar não conseguia esconder o estresse que fora estar na presença do Raikage, de quem ela não gostava nem um pouco.
A pergunta de Long à surpreendia, e a garota torcia um pouco a boca o olhando diretamente como se a resposta fosse meio óbvia, mas suspirava coçando a cabeça.*

- Ora Long-san! Pelo visto Sagara tem interesse de casar com Mi-chan ou algo assim.
Como ela não lembra do Kakashi que é o antigo namorado dela, acho que esse kage arrogante deve achar que ele é alguma ameaça ou algo assim.
Mas claro, agora ele não vê opção a não ser contar com Kakashi. Puff... Espero que não se arrependam de nenhuma decisão.

*A garota fazia um bico, meio contrariada e cruzava os braços se fazendo de indiferente.*

- Agora vamos esperar a resposta de Tetsu.

A mulher que vinha silenciosamente à caminho da sala após saber sobre o fim da última missão, parava à meia distância ao ouvir vozes, se deparando com uma cena que considerava inusitada. Um sorriso suave surgia em seus lábios vermelhos, e ela continuava seu caminho, se aproximando de Mayli e Long, interceptando a intenção dele de se distanciar.

- Vejo que os rumores estavam certos. Bem vindo de volta, Long-san.
...E você deve ser a famosa estrangeira que está ajudando meu querido irmão nessa idéia maluca dele hmhm
E a julgar pelo estado, acredito que correu tudo bem. Fico feliz.

Izou trajava um suntuoso kimono vermelho adornado em fios dourados que brilhavam formas animais, tendo um penteado em seus longuíssimos cabelos negros lisos, presos em ornamentos delicados que mais pareciam joias. A maquiagem de seu rosto ressaltava seus lábios e seu belo olhar negro e profundo, que parecia analisar com alguma curiosidade a garota selvagem de quem todos falavam.

*Mayli encarava a reação de Long, percebendo que apesar de não demonstrar, ele parecia surpreso com a informação.*

“Ele realmente não é nada expressivo hehe”

*A garota sentia a mão do Raijin em seu ombro e o encarava meio surpresa a olhando tão diretamente com um sorriso simpático, e fazia um sinal positivo abrindo um sorriso meio exagerado.*

- A-ah, imagina Long-san! Não precisa agradecer! Eu...

*Percebendo que ele continuava com a mão em seu ombro Mayli apenas voltava a olha-lo, e suas palavras a faziam sorrir de uma forma sincera e grata. A garota sentia seus olhos lacrimejarem um pouco e fazia um sinal positivo, abaixando o rosto em uma leve reverência à ele.*

“Long-san...”

- Pode deixar! Muito obrigada você, Long-san! Pela cooperação e compreensão...

*O agradecimento era interrompido pela chegada de uma mulher que nunca tinha visto antes. Mayli se erguia a olhando e estreitava um pouco os olhos surpresa em saber que Sagara tinha afinal uma irmã.
Percebendo que ela tinha alguma intimidade com o Raijin e que a analisava, entendia o que poderia estar se passando. Como tudo naquela vila, a irmã do Raikage também ser exagerada não era nenhuma surpresa, e a garota respirava profundamente, abrindo um sorriso.*

- Huhuhu sim! A única coisa que tenho em comum com seu querido irmão.
Prazer Mayli Shinsora! Agora...se me dão licença...Vou seguir seu conselho Long-san!
Obrigada de novo e até breve!

*Mayli abria um sorriso grande para o Raijin e se distanciava rapidamente, sumindo de vista.*

Izou abria um sorriso sem mostrar os dentes e estreitava um pouco seus olhos com a resposta rindo de forma meio debochada. Estava claro que Mayli era uma garota perspicaz, e que, como a maioria, aturava Sagara apenas por obrigação, e isso parecia alegra-la por alimentar uma rixa particular que ela tinha com o irmão mais novo.
A mulher continuava a observa-la com a mesma feição curiosa e compenetrada enquanto ela partia, achando um tanto surpreendente o gosto de Hugain por aquela garota selvagem ao julgar pelo que conhecia do loiro. Lançava um olhar interessado para Long voltando a sorrir com seu jeito instigante logo que percebia sua expressão.

- Ora ora ora! Pelo visto não sou apenas eu e Hugain que gostamos de criaturinhas selvagens por aqui rsrsrs.

Sem deixar o tom bem humorado, a bela mulher se chegava um pouco mais e olhava Long diretamente parecendo admira-lo.

- Long-san está muito cansado para me por à par dessa situação?
Prefiro saber de sua visão antes de ouvir o que se passa na linda cabecinha oca do meu irmãozinho.

- Rsrsrs

Izou estreitava um pouco seus olhos negros intensificando seu sorriso após a resposta certa do Raijin, cobrindo delicadamente seus lábios vermelhos. Ela dava uma risadinha abafada desviando seus olhos, e voltava a se aproximar de Long enquanto ele a reverenciava, tombando um pouco sua cabeça para o lado, enquanto enlaçava delicadamente seu braço.

- Ora Long-san! Depois daquela reunião, eu acho que já faço parte desses planos.
O que? Você acha que eu seria capaz de prejudicar meu irmãozinho? Ah Long-san!
Rsrsrs

A bela mulher fazia um sinal negativo enquanto sorria mordendo o lábio inferior parecendo se divertir com seu habitual sarcasmo, que parecia bastante inocente naquela ocasião, e erguia as sobrancelhas para o raijin ao ouvi-lo.

- Oh! Disso eu não tenho nem dúvidas. Não duvidar da fome de um Raijin quando retorna de uma missão...
Vamos! Vou te acompanhar.

A mulher seguia ao lado de Long com uma expressão raramente leve e satisfeita.

Izou sorria ao perceber a reação de Long e estreitava um pouco os olhos em um sorriso, enquanto se voltava a acompanha-lo.
Mordia os lábios levemente olhando ao redor quando ele mencionava os olhos e ouvidos e voltava a abrir um sorriso divertido. Ela parecia realmente não se importar com nada.
Ela o seguia até o comércio tranquilamente até o comércio, onde a mulher chamava a atenção, arrancando sussurros e olhares de todos, e ela fazia questão de corresponder a alguns olhares com sua natural intensidade, mantendo seu sorriso enigmático nos lábios. As pessoas abriam passagem, algumas inclusive reverenciavam. Era claro que Izou não era assídua frequentadora daquela região, mas nada ali parecia de fato incomoda-la. Pelo contrário, observava a tudo com um ar de curiosidade, uma vez que, assim como seu irmão, fora criada longe daquela realidade.
Quando a atendente se aproximava, a mulher a analisava com um ar de profunda admiração que poderia deixa-la desconfortável, mas terminava por sorrir enquanto apoiava o rosto delicadamente sobre as mãos.

- O mesmo para mim preciosa, por gentileza.

A mulher abria um sorriso enigmático observando a reação da garota atendente parecendo interessada no que via. Era difícil de entender se Izou era apenas arrogante, não compreendia de fato os sentimentos humanos, não os reconhecia ou simplesmente aquele era o “normal” ao que estava habituada.

- Hnnn vou pensar no seu caso mocinha. ^^

Izou suspirava e sorria levemente para Long ao ouvir seu comentário.

-...Acha invejável? Pf...

A mulher era um completo mistério, ela se voltava sentada de costas para o balcão e fitava os olhares que a cercavam como uma atração. Ela os mirava diretamente, pois era assim que eles a olhavam, mas não via o que eles viam. Eles estavam entretidos, impressionados, com medo, entre tantas outras coisas, e ela apenas via pessoas comuns.
Ninguém jamais entenderia, e também não tinha interesse em se explicar, mas a vida inteira havia sido assim, e talvez por isso respeitasse tanto os animais.
Izou dava uma leve risada, abaixando o rosto, e voltava a olhar para o balcão analisando o que a atendente lhe trazia estreitando seus olhos misteriosos em um lindo sorriso, enquanto colhia a xicara de chá quente em suas delicadas mãos.

- Muito obrigada linda.

Voltava a olhar para Long como se o admirasse após um gole reconfortante.

- Não acha muito estranho? Meu irmãozinho, de repente, apaixonado. Até ontem ele era apenas um pirralho mimado tsc.
Mas o problema é que...Essa mulher. Essa Kynimamoto...Não sabemos nada a seu respeito.
E eu não sei qual é o seu nível de conhecimento a respeito de Kynimamotos sr Long...Mas posso te ga-ran-tir que não são criaturas muito confiáveis... Conhecimento de causa. Hn.

Erguendo as sobrancelhas levemente a mulher voltava a beber mais um gole do chá reconfortante, esquentando suas mãos na xícara enquanto sorria para seu reflexo no líquido que ainda restava.

Izou abria um sorriso perigoso analisando brevemente a expressão das pessoas ao seu redor, mas seu sorriso dava espaço a um olhar analítico, de quem tinha muitas recordações.

- Uau. Aterrorizante é um elogio novo no meu currículo.
Mas está errado. Eu ando por aqui tanto quanto todos...Talvez eles só não me vejam.

A mulher abraçava a xícara de chá com suas mãos delicadas e bebia seu conteúdo com satisfação em meio àquela noite frígida, e suspirava sustentando o olhar taciturno.

- Hn, eu posso imaginar. Talvez por isso que estejamos tendo essa conversa, nobre cavalheiro Long.
Kynimamotos... você não simplesmente os acha por aí... mais precisamente, nem que esse seja seu objetivo de vida, se é que você me entende.
Pegue todas as suas preocupações e eleve um pouco mais, porque, se esta garota está nessa situação essa notícia já correu por léguas.
...Compreendeu agora, parte da minha preocupação?
E não acredito que meu irmãozinho cabeça de vento poria a integridade da própria vila e sua linhagem em risco em prol de romantismo. Hn. Não, não...
Tem mais coisa aí.

Terminando de tomar seu chá, a mulher aproveitava seu último aroma e olhava de esgueira para Long tocando em sua mão com zelo.

- Obrigada pelo momento Long-san. Muito agradável.
Volte, quando tudo terminar.

Deixando o acento a mulher se distanciava com seu porte elegante, carregando os olhares da população para sí noite à dentro.

*Mayli havia se distanciado da agitação. Estranhamente não tinha clima para lidar com a curiosidade alheia, muito menos com a agitação, nem nutria qualquer interesse por aquela região. Apesar da calmaria que Long havia lhe passado, a garota tinha um olhar pensativo, e ia se recolher em meio à natureza daquele lugar. Atrás da cachoeira daquele lago cujo nome nem sabia era seu refúgio. Não o mais quente ou acolhedor, mas sequer tinha intenção de arrumar outro, pois nada daquilo era para durar tanto, ou não deveria ser... E isso não saía de sua cabeça. Não entendia por que uma semana de espera, não via motivo, a não ser a cada vez mais remota chance de resgaste de Miyume. Ainda não tinha certeza se acataria àquela decisão, e esperava algum sinal que a fizesse se decidir, pois por sua determinação, se achava capaz sim de ajudar sua amiga.
Mas Long tinha razão, não adiantava muito remoer sobre essa questão agora, e não seria por falta de outras temáticas que sua mente ficaria vazia...
A garota adentrava seu esconderijo nada secreto sem se molhar, e ao tirar o capuz deixava livre Hikuro que estava ali se aconchegando durante parte do trajeto. O olhava com ternura acariciando sua plumagem. Era o descanso merecido de seu fiel e empenhado companheiro.
Após deixar Hikuro dentro de uma pequena cabana que havia improvisado para ele com bambu e mantas de pele, e de ter acendido a fogueira que garantiria o aquecimento deles durante aquela noite, a garota se despia da parte de cima do agasalho volumoso que a protegia daquele clima árido e o enrolava como um travesseiro. Se mantinha bem quieta por alguns instantes, ouvindo o estalar das chamas, enquanto esperava o caldo de raízes que preparava ficar pronto.*

-...

*Alguns sorrisos familiares passeavam por suas memórias mais alegres. Alguns que não veria novamente, por destino ou voto...*

- Caminho inesperado...Quem diria.

*Sorria por fim, resistindo, cansada de tudo. De repente, as escolhas de todos pareciam lhe causar um peso grande demais para carregar. Ou seriam muitas coisas ao mesmo tempo? Não compreendia.
Se alimentava como podia, sentindo o caldo e a aguardente aquecerem seu corpo, e o pesar em seus olhos seria, talvez, a melhor sensação que poderia esperar naquele momento. Se deitava ali recolhendo-se sob a coberta, e apoiava um punho sobre a testa.
No fim, o frio até que era agradável...*