ŦŦ_Pátio Central_ŦŦ

- Hmmmm...

Ele a encarou durante alguns instantes. Permaneceu imóvel enquanto Akane afagava sua cabeça. – Então... tá, né?

Shuuhei olhou pra baixo como se só percebesse agora a presença do furão. - Olha só! Mas que coisinha pequena esse aí. – Hime tinha abaixado o focinho e agora farejava o Twigy com igual interesse.

– Devem estar conversando. Bem... acho que agora vamos atrás da Mayli não é? Ei Hime, coloca o seu amigo nas costas. – Ela levantou os olhos e abaixou a sobrancelha com um olhar desinteressado na direção de Shuuhei. – Eu sei eu sei, mas eu não sei ficar farejando por aí né?

Ela se virou e se sentou para que o furão pudesse subir em suas costas e então começou a andar farejando o chão enquanto procurava o rastro da Mayli.

- Ele saiu!?...
...Obrigada.

*Mayli sentava-se por ali, realmente muito cansada, e ficava tão absorta em pensamentos ao ouvir que Henzo tinha deixado a pensão, que quase se esquecia de agradecer Takanagi.
A garota comia e bebia, olhando para o nada, e se surpreendia com o que a Sandaime estava revelando.*

-Quer dizer que...todos eles tem essa...coisa...essa “dupla personalidade”?

*A medida que Baiken explicava tão simplesmente por que não ajudaria, a garota sentia seu coração acelerar e uma onda de revolta ou desespero tomar conta de seu corpo.*

- Mas Baiken-sama, como assim!? Tem que ter algo que possa fazer!! Ele está correndo risco de vida! Já imaginou o que pode acontecer com ele desse jeito!? Ele pode se ferir ou ferir alguém!

*Fechando os punhos com força sobre os joelhos, a garota se inclinava buscando encarar a Sandaime, gesticulando com muito nervosismo com um tom suplicante.*

- Não posso deixar simplesmente que ele fique a própria sorte!
Ele me viu Baiken-sama! Eu tenho certeza! Pouco antes de eu desacorda-lo, quando ele grunhia feito um animal, ele me enxergou!...
Eu preciso entender! Tem que ter algo!

*Mayli lançava um olhar duvidoso sobre o tal Takanagi. Do que ele estava falando!? Estava fazendo piada?
A garota engolia seco sobre o que ouvia, e recordava como Henzo tinha reagido quando tentou para-lo da primeira vez, das consequências que sentiu na própria carne, e como ele ficou cego, simplesmente por ter tentado para-lo sem sequer usar a força.*

"Não pode ser...Não pode ser!"

*Ficava imaginando o que mais Baiken tinha visto, sabendo que Tatsuma e o jounnin Vincent também pertenciam a aquele clã, principalmente depois do que sua prima tinha lhe contado. Confiava que elas não mentiriam a respeito daquilo.
Assim como com os Kynimamoto, Mayli percebia que havia muita coisa dos Kyoukes da qual não sabia, e sentia cada vez mais que se tratava de algo maior e mais sério do que podia imaginar.*

“Kyoukes...”

- Não... Eu acredito que não...
Eu acho que não...

*Passava em meio as casas, tentando se manter oculto dentro das sombras. Deixava o som do festival para trás enquanto se aproximava do cheiro das árvores do bosque, sua espada tinha que estar ali*
"Não acha que está sendo fácil demais?"
- Ninguém liga. Se ligassem um dos servos da Kage já teriam me posto a baixo.

*Tateava as paredes até que elas começavam a ficar mais espaçadas e sabia que logo chegaria as árvores*
"Mas nesse caso não significa que podemos pelo menos não andar sem rumo?"
- Estavamos na maldita cachoeira, minha espada deve estar lá!

*Ultrapasso o espaço entre as casas e o bosque usando o primeiro nível de minha kekkei genkai para evitar tropeçar durante a corrida, isso me fazia sentir mais os danos do encontro com Mayli... Mas tinha que ser forte. Começo a adentrar pelas árvores até sentir meu corpo batendo em algo no meio do caminho, não havia nenhuma árvore ou pedra ali, não tinha no que bater*
"Hmm, depois eu que sou o cego"
- Calado!

*Mayli começava a entender por que todos odiavam aquele tal de Takanagi, e fitava a sandaime sabendo que ela tinha razão. Achava que podia ter alguma outra solução além da que tinha imaginado, mas pelo visto, tudo era pior do que esperava.*

- Baiken-sama! Eu sei que não posso mais entrar no caminho dele. Eu sei disso! Eu prometi! Por isso eu vim aqui! Eu pensei que talvez...você pudesse me ajudar. Eu só preciso saber se ele ficará bem...

*A garota sentia uma angustia conhecida na garganta, e abaixava os olhos tentando se controlar.*

-...Eu preciso garantir que não estarei mais no caminho dele...

*Mayli ficava estática enquanto ouvia Baiken explicando. Entendia que lhe pedia algo que talvez ferisse sua ética, mas naquele momento era a quem podia recorrer.*

-...

*Olhava nos olhos da Sandaime com um pouco de estranheza quando a ouve falar aparentemente do seu clã, e aquilo a faz analisar as possibilidades.
Pegava os selos que ela entregava quase automaticamente enquanto pensava, e a olha se distanciando parecendo lembrar de algo.*

- Obrigada Baiken-sama!
Certo, nos vemos amanhã.
Desculpe...

*Baiken sumia com seu servo daquela forma estranha de sempre antes que ela pudesse se desculpar, e Mayli respirava fundo algumas vezes, sentindo a vista escurecer um pouco enquanto levantava. Estava fraca, precisava se alimentar.
Se virando para Takanagi, a garota franze o cenho, e arremata alguns bolinhos que tinham ali por perto dele sem pedir qualquer permissão.*

- Bota na minha conta, babaca.

*Dizendo isso, a garota salta para o telhado de onde tinha descido, e caminha por ele, colocando um dos bolinhos na boca, parecendo procurar algo com sua visão aguçada.
Abaixando-se ali por um instante, a garota coloca o outro bolinho na boca e faz alguns selos.*

- Vamos...rápido.

*Após um minuto ou dois a primeira coruja surge no céu negro, e logo chegam mais aves, das mais variadas e curiosas formas e cores, pelo menos 10 animais atendiam ao seu chamado, entre corujas e outras espécies noturnas. Todos se aproximavam de Mayli pousando em seu ombro, em seu braço, ou mesmo sobre o telhado, a olhando com curiosidade.
A garota olhava ao redor, achando o número de aves estranhamente baixo, e se lembrava da barreira que estava isolando o bosque, e sentia um estalo.*

“É isso!”

- Vocês...Dispersem naquela direção, e só voltem até mim quando eu parar e sinalizar.
Vocês três, percorram todo o perímetro, principalmente do bosque, discretamente, quando acharem a mulher de cabelos rosados, venham na minha direção.

*Saltando do telhado da pensão, a garota continuava seu trajeto discretamente por outros telhados, se distanciando do centro enquanto se internava mais entre as casas, fazendo uma varredura em todo o cenário com sua visão aguçada, dando prioridade aos limites do bosque, por intuição.*

“...Foi Kuroi que percebeu...Talvez Henzo não soubesse dessa barreira.”

*Da mesma forma que vieram, a maioria das aves erguiam voo na direção contrária ao evento, parecendo tomar rumos completamente diferentes até sumirem. As três corujas enviadas por Mayli analisavam toda a região do alto, usando sua visão ou audição, voando em grandes voltas no perfeito silencio para o qual eram adaptadas.*

Off:
Yobidashi no Jutsu
Rank: E
Faz com q o ninja chama um grupo de aves para ajuda-lo.

*Não demorava muito para que Baiken aparecesse pela barreira com Kuroi ao seu lado*
- Pelo visto nada passa despercebido por aqui, não importa o quanto você só queira seguir seu caminho.

*Mirava a posição da voz de Baiken sem a enxergar e apenas dou de ombros e limpo o sangue que tinha nos lábios, tentava parecer o menos dolorido possível para a Kage*
- Algumas complicações apenas, nada demais Baiken-sama. Tetsu está isolada? Por que tem uma barreira impedindo que cheguemos ao bosque? Preciso procurar meus pertences, minha "salvadora" não se preocupou em pegar aquilo que me faz um espadachim.

*Os olhos vazios denunciavam certa urgência em fazer aquilo*

*Sabia que a kage havia tido sua própria ideia de que ele e Mayli seriam refugiados, particularmente nunca havia aceito a ideia. Eramos viajantes quando chegamos, apenas membros de uma vila aliada, o destino de Semba não deveria mudar esse status*
- Não pedi refugio kage-sama, o que houve em Semba não me diz mais respeito. Estou seguindo meu caminho a partir de agora e gostaria que segui-lo sozinho.
"Não precisa falar isso dessa forma ¬¬. Semba era meu lar e lar dos meus amigos"

*Ouço a explicação do motivo de haver uma barreira ao redor da vila, algo com um jounnin da própria vila. Aparentemente Tetsu tinha um problema sério de traições, me perguntava o motivo disso, mas apenas reparo no nome citado por Baiken sem mostrar muito interesse sobre quem era o ninja que ela falava*
- Tatsuma deve ter me falado algo quando cheguei aqui, antes de perder a visão. Aparentemente você abriga um cara perigoso para sua aliança com o Kyosho, se me permite dizer, a senhora gosta de ficar no fio da espada.
"Parece que ele é perigoso, desafiar o Kyo sendo do nosso clã não é algo que qualquer um faz"

*Por fim, o que parecia que seria uma jornada longa buscando minha espada acabava sendo encurtado para um simples aceno de Baiken para a barreira. Pensava seriamente que a kage tinha prazer em tirar o brilho de aventura das pessoas, seria apenas zelo? Estendo a mão e pego a espada com firmeza, o peso em minhas mãos me garantia a força que necessitava*
- Olá velha amiga, devia estar solitária. Obrigado pelo gesto kage-sama, teria sido difícil acha-la na minha condição atual. Agora, poderia liberar meu caminho para que eu siga... Não tenho dúvidas de que já sabe o que aconteceu na pensão e por isso esta aqui, mande a cabeça de penas me deixar em paz.
"Não seja duro com ela! Já basta o que você fez, já te avisei e se eu fizer o mesmo que você fez na frente da kage você irá se arrepender"

*Sorria de forçadamente gentil, a kage poderia achar estranha a atitude*
- Quero dizer, não desejo nenhum tipo de perseguidor. Então agradeceria se Kuroi-san pudesse me deixar próximo ao limite da vila sem que ninguém pudesse me perseguir. Não irei precisar de selos ou proteção, se precisasse seria um completo desperdício de tempo sair daqui.

*E finalmente acontecia. Assim que uma das corujas capta Baiken no seu campo visual, começa a retornar para Mayli.  Se guiando pela direção que ela indicava, a garota continuava seguindo pelos telhados buscando não se aproximar, pois sabia que poderia ser percebida por Henzo, mas sim um ângulo que desse para vê-los bem. Achado rapidamente um lugar satisfatório, a garota ergue seu braço, e logo todas as aves retornam para ela.*

- Vêem aquele cara cego de cabelos pretos ali?...
Nunca o percam de vista a partir de hoje. Mobilizem quantas forem necessárias. Preciso que me tragam duas informações: Condição física, e em qual direção ele segue, a cada duas fases lunares...
A começar daqui...para Raigakure.

*Mayli usava sua visão para olhar para Henzo e Baiken por mais um tempo, pois sabia que não voltaria atrás.*

- Vão...

*Após dispensar as aves, elas seguem seus caminhos para melhor cumprir a missão, enquanto a garota simplesmente se ergue com um olhar distante e começa a voltar a pensão, sem pressa, andando pelos telhados, saltando quando era necessário. Ouvia um zumbido estranho no seu ouvido que finalmente parecia incomodar mais do que qualquer pensamento ruim, e sentia os olhos pesando cada vez mais.*

- Vai acabar...esse dia maldito...

*Olhava de canto para a loira, erguendo uma das sobrancelhas enquanto mastigava.*

-Ah ta certo!...Podia ter avisado. ¬¬

*Se assustava um pouco quando Haruko se aproximava, mas olhava ao redor achando logo de quem ela falava. Estreitava os olhos para aquele soldado, admirava sua estranha armadura.*

- Que gente estranha. Nunca tinha visto estes com armadura, só um velho grandão e engraçado...e olha que já faz um tempo que estou aqui.
Por que eles nunca aparecem? Eles não gostam de vocês?

*Quando Haruko faz a pergunta sobre os Shinsora, abaixava os olhos e fechava um pouco a cara parecendo decepcionada por lembrar de algo não muito bom.*

- Sim...o Templo Eukumo lá em cima da montanha é a única sede do nosso clã...
A maioria de nós passa a maior parte da vida viajando...e pelo visto esse lugar não tem tanta importância para todos como eu imaginava. Nunca ninguém fica por muito tempo por aqui...

*Parecia chateada com o que estava pensando, mas continuava comendo para disfarçar.*

* A mulher de cabelos escarlates então recolheu sua mão para dentro do kimono florido que usava, voltando a atenção para sua amiga*

- Veja Sena, ele vai te ajudar a achar essa tal Mayli, isso é otimo!

* Sorria em seguida às palavras, enquanto fitava sua amiga por mais alguns instantes. Começou a seguir o Gennin que ia caminhando junto aos dois bichos que iam farejando o rastro da Shinsora. Enquanto seguiam caminho, percebeu uma estranha aglomeração de aves em um mesmo local, sobre os telhados. *

- Que estranho.. tenho um palpite, talvez a garota dos passaros esteja lá

* Apontou a direção em que havia visto a reunião das aves e voltou a olhar para sena.*

*Ignorava a primeira parte do que Baiken havia dito, quando chegamos havíamos informado que estávamos atrás de Miyume. Não havíamos pedido asilo em Tetsu e sequer sabíamos que Semba havia sido completamente abandonada. Mas a segunda parte de sua falar me deixava curioso sobre Baiken*
- Acho que ninguém espera que um traidor se reporte como um traidor, seria no mínimo idiota da parte do cara se entregar. Quanto ao Kyosho, se ele não falou é por que ele não considera que ele possa ser uma ameaça estando em Tetsu, ou algo assim, aquele lá tem uma visão própria do mundinho feliz dele.

*Ainda com o sorriso quase falso no rosto apenas agradeço à Baiken pela ajuda*
- Obrigado Baiken-sama, sou grato pela hospitalidade e ajuda.

*Me volto para Kuroi e indico que estou pronto para ser levado. Entraria em um de seus portais pelo visto, mas como não podia enxergar e os portais não faziam barulho não poderia encontrar um no meio do ar*

*Ao sair da sala dos kages, parecia ter segurado um prédio nos ombros. Olho para as barracas e procuro alguma que ainda tivesse comida para conseguir pelo menos comer algo, miro uma*
- Boa noite, me vê qualquer coisa.

*Espero o pedido e deixo uma quantidade de dinheiro que pagasse o que havia pedido e começo a comer com raiva*

*Haruko percebia que falar do clã de Kairu era desagradável para ela, por algum motivo. E era algo estranho, pois ela realmente não parecia alguém que repudiava seu clã.*

- Unnn...Então isso quer dizer que você é diferente Kairu-chan?

*A loira olhava curiosa perguntando sobre a permanecia, afinal Kairu tinha dado a entender que o normal era ser peregrino.*

*Podia sentir todo o peso daquele dia desgastante cair sobre suas costas ao ouvir aquela pergunta de Haruko... Não suportaria mais continuar fingindo que estava tudo bem quando na verdade sentia sua mente destruindo cada vez mais suas esperanças, e de alguma forma, aquilo já poderia ser notado em seus olhos desanimados.
Após algum tempo de tristes conclusões, simplesmente solta um breve suspiro.*

-...É... “...Um completo fracasso...”
Haruko-san. Muito obrigada por seu esforço...Acho que acabei com a sua diversão, como eu imaginava.
Obrigada de toda forma. A comida estava ótima... Vou arranjar uma forma de compensa-la.

*Se levantando sem mais explicações, dava alguns passos para o lado e se voltava novamente para a recepcionista.*

- Eu preciso ir, to muito cansada...Amanhã a gente se vê. Tchau.

*Saia dali olhando para o chão e mal erguia os olhos para as pessoas, se desvencilhando delas apenas com a audição, indo em direção à pensão.
No meio do caminho, Todaru farfalha e se agita.*

-...É vai comer...Te espero lá em cima.

*O corujo branco levanta voo sem cerimonias, enquanto chegava até a pensão, entrando silenciosamente pela porta. *

Shuuhei ia por entre as pessoas junto com as duas e também e observou aquela aglomeração de pássaros. Era realmente bastante possível que fosse Mayli, mas as corujas o faziam lembrar da outra kunoichi que tinha uma coruja com ela.

- Ei Hime! A trilha segue para aquelas corujas lá na frente? – A cadela ergueu o rosto observando os pássaros por um tempo e logo em seguida olhou para trás apenas para balançar o focinho afirmativamente. – Beleza! Então vamos lá! Vamos gente!

Logo em seguida Hime aumentou sua velocidade e se pôs a correr naquela direção, seguida de perto pelo Inuzuka. Achar a Mayli tinha sido mais fácil do que ele poderia ter imaginado e agora ele já começa a pensar o que ele faria em seguida. As meninas passarinho estavam sempre envolvidas em alguma confusão junto com aquele Henzo e Shuuhei não sabia se iria querer ficar no meio.

* Estava contente em ter feito novas amizades, e não se importava muito com os movimentos que Sena fazia, balançando seus ombros, achava tudo divertido como em tempos remotos. Ao perceber que o Inuzuka saía em disparada para o local antes apontado e esperava que elas o seguissem, levou a manga do kimono até a boca, tampando seus lábios enquanto cochichava para sua amiga.*

- Ara ara... acho que vou ficar por aqui mesmo, não estou muito afim de correr, estou muita velha pra isso... - Disse aos sussurros e com risadas baixa.
- Pode ir Sena, eu alcanço vocês.