História

A história dos Kyouke inicia a muito tempo atrás em uma região entre os países do Trovão e da Floresta. Aqueles que um dia viriam mais tarde se unir em um único clã eram membros de uma vila média, que vivia da agricultura, sendo pacata e se envolvendo pouco em conflitos.

Suas únicas forças de defesa vinham de alguns poucos ninjas aposentados, que adotaram aquele lugar como moradia para passar seus últimos tempos aperfeiçoando sua forma particular de taijutsu. Durante anos aqueles shinobis receberam alunos em busca do conhecimento dos antigos, tornando aquela vila em um pequeno campo de treinamento ninja. Aqueles que treinavam ajudavam nas tarefas de proteção da vila e até mesmo faziam missões para outras vilas.

A paz duradoura só seria quebrada quando uma besta lendária atacou a região. A violência da criatura era tamanha e seu poder tal que, mesmo com ninjas capazes, o máximo que foi possível fazer foi evacuar uma pequena parte dos moradores daquela vila enquanto os antigos anciões tentavam usar todo seu conhecimento e o máximo das forças dos ninjas para permitir que uma caravana escapasse.

A caravana contava em sua maioria por crianças e poucos adultos, apenas 6 ninjas os protegiam para que pudessem vagar em segurança até achar um novo lar.

Desorientados pela destruição de sua vila e o terror da presença da besta, os fugitivos se embrenharam nas florestas em busca de uma proteção maior contra a fúria da criatura. Mesmo com as tentativas de acalmar as pessoas comuns, os próprios ninjas davam sinais de sua preocupação constante em guiar a comitiva até um local seguro.

Eram seis ninjas apenas na caravana e se revesavam nas tarefas de proteção e caça para manter o grupo unido e o mais saudável possível. O medo e desespero, porém, pareciam afetar aquelas pessoas intensamente, pouco dormiam e por vezes alguns simplesmente vagavam ao invés de descansar, mesmo sob protesto dos ninjas que os garantiam segurança.

Cada membro da caravana parecia tomado por traumas além dos conhecimentos e capacidade que a liderança daqueles poucos poderia lidar. Alguns dos jovens se tornavam arredios com aqueles ao seu redor enquanto os adultos mostravam sinais de traumas que os deixavam apáticos ao mundo. A comitiva se ruía em sentimentos de perda e desolação, misturados ao medo de novos ataques e revolta pelos que ficaram para trás e morreram.

Era notável o cansaço daquelas pessoas, passavam dias sem nunca realmente descansar, sempre atentos e cada vez mais preparados para alguma reação.

O período de nomadismo da caravana durou poucos meses até se alojarem em uma região montanhosa. A nova região onde se assentariam era alta e tinha proteções naturais que os mais experientes julgavam poder evitar novas tragédias para aqueles que já tinham seus espíritos destruídos, a ideia da construção de uma nova vila era trazer ordem e propósito para o povo.

Assim que estabelecidos foram percebidos casos de descontrole entre os jovens, traços associados a brutalidade vivenciada. Jovens pacatos pareciam se descontrolar quando algo particularmente inesperado acontecia e vários deles apresentavam marcas em seus corpos que indicavam uma reação de seus corpos aos eventos e período de atenção constante que passaram. Esses eventos não passaram despercebidos e um conselho foi firmado para tratar daqueles que apresentassem tal traço de comportamento.

As marcas nos corpos dos jovens se tornavam mais aparentes quando os mesmos ficavam sob situações de estresse e foram apelidadas de Kyōkeimyaku (狂経脈), um traço temido entre aqueles da vila. Para controlar os casos, aqueles que apresentavam tal característica passaram a ser treinados em ninjutsu para obterem controle sobre seus corpos e sentidos.

Surgiam as primeiras pessoas que seriam futuramente conhecidas como Kyouke, as consequências da tragédia que assolou aquele povo passaria pelas gerações como uma marca que trazia destruição.