[Sala dos Kages]

Relembrando a primeira mensagem :

Breve

Em instantes, uma ave negra pousara ali, chamando sua atenção.

- Uma ave dessas não costuma errar o caminho... - pensou alto, abrindo a janela a fim de matar a curiosidade. Sua atenção estava sensível, atentando para oque poderia provir dali.

- O que traz um corvo a esse lugar? - disse como se a ave pudesse respondê-lo a qualquer momento.

- Interessante. -disse o Kage, observando o corvo distinto.

- Quer meu auxilio numa questão que ele já resolveu; no caso, o rapto da própria filha. Ela já está com ele, então a questão é outra... - Sagara pensou um pouco, analisando os fatos enquanto se focava nos criminosos citados. - (...) Talvez eles tenham alguma pista sobre Miyume. Ou não.

Sobre as recompensas, Sagara meio que ignorou, pois ja devia ser notório de todos que Raigakure é autossuficiente em riquezas.

- Ja sei como tratarei isso - disse a si mesmo, enviando um corvo pessoal para que se encarregasse de enviar uma mensagem de convocação a Long e sua querida irmã.

*Com uma leve batida, a porta se abria após alguns minutos, e por ela entrava uma bela mulher, de pele alva e olhos e cabelos negros intensos. Trajava um suntuoso kimono vermelho um pouco molhado nas bordas, denunciando a chuva que havia tomado, e ostentava alguns adornos dourados, que combinavam bem com a pintura delicada em seu rosto.
Izou passava pela porta exibindo um sorriso que se tornava perigoso com seu olhar incisivo recaindo sobre seu belo irmão com satisfação.*

- Oh, Nii-chan! Como é bom vê-lo.
Você nos chamou?

*Lançando um breve olhar sobre o conhecido quadro da mulher Kynimamoto, Izou se aproximava de Sagara, dando espaço para que Long também adentrasse a sala.*

Logo logo, uma terceira pessoa adentrava o local. Ishida Hugain.

O homem alto de porte largo apenas entrou sem cerimônia. Seus cabelos escorriam sobre as costas como uma cascata dourada, salpicada de chuva que escurecia suas vestes.

- Olá, "Raijins" - referiu-se a Izou e Long, acenando a mão rapidamente para os dois. Rapidamente sentou-se em um dos lugares, permanecendo em silêncio e com um sorriso leve no rosto, encarando o Raikage.

- Eu deveria ter vindo? Normalmente um único de nós já é suficiente para resolver um grande problema.

Sagara acompanhou a chegada dos que solicitou presença, mas não esperava o último que adentrou o lugar.

- Bom... agradeço a presença de vocês - Sagara estava sentado, admirando os detalhes da pintura que estava em sua parede. Ficou feliz que sua ordem fora acatada; e ainda mais por sua irmã estar ali. Sentia muita falta dela, apesar de não gostar de alimentar o ego que ela tinha. Por tal motivo, nunca dizia nada do tipo. - digo o mesmo, Hadara. - sorriu sem mostrar os dentes.

- Irei diretamente ao assunto - levntando-se de onde estava, Sagara caminhou alguns passos até estar entre os convidados - (...) Há pouco recebi uma mensagem de um Senhor Feudal e um incidente ocorreu com sua filha. A questão é: isso foi resolvido por ele mesmo, porém... há pistas que, segundo ele, sugerem que sejam os mesmos que andaram perturbando nossas fronteiras e... que estão com Miyume Kinimamoto - sua voz pesou arrastando ao citar o nome de sua amada.

- Isso significa que temos uma boa chance de sondar seu rastro e destruir de vez esse grupo de desordeiros. Alguém aqui tem alguma informação ou sugestão para alcançarmos esse objetivo o quanto antes?

*Izou se mantinha próxima a Sagara e o analisava profundamente com aquele seu olhar quase tangível, parecendo satisfeita em ter visto seu sorriso, no entanto, seu sorriso dava lugar a uma expressão indiferente quando percebia a entrada de Hugain, para o qual ela lançava um olhar momentâneo de esgueira enquanto se acomodava ali com aquele jeito folgado que a irritava. Suspirando levemente em resposta às palavras do loiro, a mulher cruzava seus braços e fitava novamente o quadro da Kynimamoto com o olhar estreito, ouvindo atentamente as preocupações completamente atípicas de seu irmão.
Algo importante estava acontecendo. E sentia que as consequências daquelas palavras tinham chances de atingir completamente a vila de forma duradoura.*

-... Miyume Kynimamoto... *Repetia calmamente ainda fitando o retrato daquela mulher sem dar mais as caras aos outros três.
Era surpreendente, seu irmão havia mesmo encontrado outra de sua linhagem.*

- Por que um grupo interessado em uma Kynimamoto estaria envolvido com a mera filha de um senhor feudal? *Izou parecia balbuciar consigo mesma sobre suas preocupações, mas lançava uma breve risada, se voltando para os três.*

-...Não seria na verdade esse grupo que estaria em apuros por mirar uma Kynimamoto como sua presa, nii-chan?
Não seria o mais lógico a se esperar?
Ou estamos falando de pessoas tão poderosas a ponto de suprimir o poder de um Kynimamoto? *A mulher tinha um jeito habitualmente provocante, mas não estava com aquilo proferindo nenhuma piada a respeito da situação, mas sim levantando questionamentos com base em seu conhecimento. Izou, mais do que qualquer um, sabia exatamente do que os Kynimamoto se tratavam.

Voltando a perder seu sorriso em questão de poucos momentos, a mulher fitava a chuva por uma janela, voltando a falar de forma mais baixa e fria.*

-...Por que pessoas com tal capacidade se envolveriam com a simples filha de um senhor feudal...?

- A questão é que - Hugain se manifestou outra vez, analisando as palavras da irmã do Kage e de Long - (...) ninguém vai ao fogo sem água. Se esse grupo, seja lá quem for, foi atrás de uma kynimamoto com certeza não foram a toa. E jamais iriam despreparados. E provavelmente é algo que foi arquitetado há algum tempo. - se colocou a caminhar três passos em direção a Izou. Fitou seus olhos com uma intensidade admirável. Era como se quisesse seduzi-la. A cada passo, seu cabelo deslizava mais e mais sobre o ombro. Hugain sentiu-se sequestrado pela história. Pelas perdas, pelo desastre que assolava o mundo há muito tempo. E aquilo o atormentou como nunca apenas naquele momento. Talvez, porque reparou a esperança brotar nos olhos abatidos de seu líder.

E ele mesmo já viu isso. Sentiu o desespero ao entender que algumas perdas não tinham volta.

E aquela poderia não ser definitiva.

- Entenda, Hadara, a filha do Senhor Feudal é um mero detalhe, pois já foi resgatada. Há tempos eu queria encorajar seu irmão a buscar Miyume. Mas não surgia a oportunidade.- reparou na beleza daquela mulher, em seus cabelos e a suavidade de sua face - Devemos aproveitá-la.

(...) Não sei se concordam comigo... - observou Long de relance, procurando algum tipo de aprovação.

Logo encarou o Kage, deixando uma das mãos apoiar o corpo na mesa principal.

- Eu me candidato a ir encontrá-la e buscá-la. - disse de forma natural, reconhecendo que poderia não mais voltar. - (...) independente das consequências.

Sagara estava ali, contente. Não mostrou isso com um sorriso, mas em seu silêncio. Estava ciente que tinha boas pessoas que poderiam ajudar. cada um em sua própria diferença, em seu próprio modo. Todos vieram. E davam suas colocações sobre o assunto.

Viu sua irmã e seu modo de pensar. Sempre gostou de seu senso de humor e de sua inteligência. Viu também Long. Seu ar mais recatado, silente e reservado. Apesar da frieza, reconhecia seu valor. Sabia que seu pai, apesar de tudo, não erraria numa escolha de um Raijin.

Ouviu tudo e a todos em silêncio.

Mas, apesar de tudo, se surpreendeu com Hugain. Iria se colocar em risco a troco de que?

- Miyume... é, de fato, a grande questão. Sei que teve a filha do senhor feudal, mas ela agora está a salvo. O que me resta é encontrá-la... Isso pode parecer um tanto egoísta, mas assim como ela, outras pessoas podem está na mesma situação ou poderão estar...inclusive vocês mesmo.


- (...) concordo com Long. Esse boato deve ser averiguado quanto a sua veracidade. Mas a busca pelo cativeiro e pela veracidade dos fatos devem ser feitos ao mesmo tempo. Long, vá ao senhor feudal e peça detalhes quanto ao resgate de sua filha. Se notar que houve muita facilidade, é algo a ser investigado. Uma vez que ninjas do nivel que supomos jamais se deixariam frustrar por qualquer coisa... a não ser que tenha esse propósito. E, se for, que propósito valeria sua exposição? Há algo errado aí... - voltou-se para sua irmã e acariciou sua face pálida com as costas da destra - Você é muito talentosa, minha querida... - ha muito tempo Sagara não a chamava daquele jeito - (...) tenho certeza que o mundo conhecerá ainda mais o poder de seu nome. Peço que veja nosso exército e reforce a guarda de nossa vila. A Grande Floresta deve estar ainda mais habitada com suas criaturas. Dessa forma, será impossível sermos pegos de surpresa. Comande nossos homens nos limites da vila. Intensifique os treinamentos dos chunnins e me traga um jounnin talentoso e me apresente. Acredito que em 10 anos algum gênio possa ter despertado nessas montanhas. Sei que você saberá reconhecer... - estava com um humor positivo. Por fim, virou sua atenção para Hugain.

- Agradeço sua preocupação... mas isso é algo que você deve pensar com mais calma. É uma missão perigosa e você pode realmente nunca mais voltar. Pense melhor... e fale com sua nova pupila. Pois ela é sua responsabilidade.

*A intensidade dos olhos claros de Hugain batiam contra os olhos perfurantes e indiferentes de Izou sem parecer lhes causar qualquer efeito. A mulher continuava o encarando fixamente enquanto ele parecia performar uma ceninha tola de heroísmo, e por fim revirava os olhos estreitos com algum tipo de repulsa à tudo aquilo.
Com um longo suspiro, a mulher voltava a cruzar os braços e olhar para o lado de fora enquanto ouvia as análises que aconteciam ali atentamente.*

- Se há alguém que talvez possa identificar traços destes criminosos, não seria essa sua nova “pupila”, Hugain?
Ouvi dizer que ela está veio voluntariamente se empenhar no resgate dessa garota.
Creio que a esta altura, você, como seu experiente mestre, já deve estar plenamente consciente da motivação dessa kunoichi de baixo nível para arriscar a própria vida por essa Kynimamoto. E já deve ter apurado com ela toda a história por ela conhecida desse sequestro. Afinal, ela é uma fonte de informações valiosíssima para o propósito que você tanto defende do seu senhor aqui, não é mesmo, Hugain?
O que tem a nos dizer sobre isso?

*A mulher tinha a pele aveludada de seu rosto tocada pela bela mão de seu irmão, e se voltava para ele com um sorriso malicioso e um olhar intenso que sempre tendiam a deixa-lo incabulado, assim como a maioria da população. Izou tomava a sua mão grande entre suas mãos menores enquanto estreitava os olhos a observado profundamente nos olhos, enquanto a massageava com carinho, rindo um pouco das suas observações, parecendo bastante satisfeita. Izou sempre iria paparicar seu irmão mais novo e trata-lo com zelo.*

-...Sim Nii-chan. Já providenciei um aumento do monitoramento das florestas desde o momento em que soube que meu querido irmão estava se envolvendo contra uma organização interessada em Kynimamotos.
Pode deixar, irei providenciar o reforço oficial da guarda nas fronteiras e deixar os chunnins sob alerta agora que proferiu a ordem.

*Olhando-o meio de lado ainda sorrindo, a mulher avança seu toque cuidadoso e fraternal, retirando uma mecha de seus cabelos negros da frente de seus olhos igualmente escuros, a ajeitando atrás de sua orelha para analisa-lo melhor em meio a toda aquela intensidade, e por fim suspira, reconhecendo um problema em seu olhar, se distanciava, deixando sua mão e voltando a olhar para o lado de fora.*

- Busca por um prodígio? Rsrsrs.
Em breve o terá em sua sala, querido Nii-chan...

*O sorriso de Izou parecia se esvair à medida que seu olhar profundo se perdia na escuridão da noite. Algo que ela tinha visto parecia incomoda-la.*

- De fato... vocês tem razão quanto a mais nova pupila de Hugain. Ela aparentemente veio aqui para se tornar forte com esse propósito, afinal. Então devemos aproveitar a fonte que temos, e isso será através de você, Hugain. Faça os preparativos e, no momento adequado, darei a ordem de ida. Ao final, ficarão unidos a Long nessa missão. Sei que tem suas diferenças, mas com certeza saberão lidar com isso - Sagara se colocou de pé e, esboçando um sorriso gentil, se dirigiu aos Raijins, que considerava mais amigos que colaboradores da vila.

- Obrigado, meus amigos. - disse, deixando as mãos afundarem nos próprios bolsos da calça. Infelizmente não posso me afastar da vila, mas tenho certeza que vocês farão isso com maior excelência do que eu poderia fazer. - seu coração estava mais confortável. A angústia parecia se esvair um pouco mais e a sensação de ter sua amada de volta parecia um pouco mais próxima. Sagara caminhou até a parede e de lá retirou sua antiga arma kynimamoto. Lembrava uma foice macabra que se adaptava ao antebraço. A destacou de onde estava e observou os detalhes. a lâmina ainda estava super afiada. nem mesmo o tempo parecia sabotá-la. As fissuras de inúmeras batalhas que ocorrerão em momentos juntos a Miyume ainda estavam ali.

Fechou os olhos por poucos segundos que o fizeram reviver o passado.

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O sorriso dela o recebia em meio a floresta perigosa. a pele branca, o cabelo negro... a doçura.

Juntos treinaram na chuva, machucando a inexperiência da própria força;
Juntos se abraçaram em meio ao frio selvagem.
O primeiro beijo dos dois, cheios de medo e incertezas.
A primeira noite juntos, embalados por amor e suor.
O primeiro encontro lembrava o último. e, por fim, o amor dos dois parecia um sonho distante.

Tornou-se um sonho interrompido.

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- Long, leve essas armas com você. Talvez sejam úteis em algum momento... - rapidamente as trancafiou em um pergaminho. e o entregou ao Raijin.

- Faça bom uso. - sorriu ao fechar os olhos.

- Estão dispensados. - falou ao retornar para sua cadeira.

Observou a todos rapidamente e se encaminhou para a porta de saída. Escutou todas palavras e questionamentos, mas não buscou responder todos um-por-um.

- De fato, minha pupila é valiosa. Saberei as informações que ela possa ter e em breve você, Hadara, mudará sua opinião quanto ao "baixo nível" que ela aparenta agora. Não se preocupem, se nos esforçarmos como devemos, nosso destino não ficará nas mãos de ninguém além das nossas.Tudo irá se resolver... vocês vão ver. - sorriu de modo ligeiro e se afastou pela abertura, desaparecendo da vista de todos.

*Ao ouvir seu nome, se voltou ligeiramente observando Hugain por cima dos ombros de forma maliciosa e sorridente. Havia encontrado sua mais nova ferida.*

- Se você está dizendo...precioso Hugain. Hmhmhm.

*Voltou sua atenção novamente para seu irmão, observando-o citar as armas, e dava uma breve piscada para Long após algum tempo o observando, como se sinaliza-se contentamento por aquela oportunidade. Sem ter mais o que acrescentar ali, começava a se distanciar após ouvir a dispensa de seu querido irmão e o respondendo com uma voz carinhosa.*

- Tenha uma boa noite de descanso, nii-chan...

*A mulher seguia para fora da sala, desaparecendo na penumbra da porta de entrada silenciosamente.*

- Pela presença... tenho certeza que se trata de Baiken... não é?! - a voz de Sagara se alastrava pelo salão, mas sem que o próprio aparecesse. - Fique a vontade... entre e me diga sua mensagem.

Em instantes, a última porta que separava aquele vão de Sagara se abriu. Lá do outro lado, atrás de uma mesa de ébano lustrado, estava o Kage em roupas finas do mais sofisticado linho negro adornado por costuras de fios em ouro que desenhavam inúmeros tigres vazados. Estava com seu chapéu de cor âmbar, criando uma sombra sinistra em sua face. Só era possivel perceber seu nariz e sua boca, sem contar pelos cabelos negros que escorriam por cima de seus ombros.

- Acredito que seja uma emergência... é isso? - disse, dedilhando a mesa de madeira sem tirar o chapéu. Para os mais sensitivos, poderia perceber que Sagara estava uma energia um tanto sombria.

Pouco tempo após o chamado, a porta da sala dos Kages se abre rapidamente. E uma mulher muito bem arrumada mirava diretamente o guarda a sua frente, abrindo um leve sorriso enquanto empurrava as portas para que abrissem.

- Ora ora ora... Um típico oficial de Tetsugakure.
Entre por favor.
Nii-san, veja só. Suas preces parecem ter força rs

Izou se distanciava graciosamente até a mesa do kage, abrindo seu leque dourado enquanto observava o oficial.