Off_Parte 3 - O Caminho para Semba Tsuru

*Mayli conhece o caminho secreto para a Vila Oculta de Semba Tsuru, mas Razor, pelo seu cargo em Tetsu, estava mais bem informado dos últimos acontecimentos no país vizinho.*

*Com os principais shinobis de Semba Tsuru desaparecidos, os contratos de proteção não estavam sendo cumpridos, e grupos de criminosos e nukenins começaram a se proliferar na região. O Exército do Papel estava mais ativo do que nunca, tentando manter a ordem, mas sem muito sucesso. Não é para combater criminosos que os soldados foram treinados. Agora, passados alguns meses sem resposta dos Tetsukages e com a situação se mostrando grave, o Shogun do Papel começou a dar permissão para que se emitissem contratos e promessas de recompensa para mercenários que ajudassem a combater os criminosos, alguns dos quais chegaram aos conhecimentos de shinobis das Vilas Ocultas dos países vizinhos. Apesar da paz, o País do Papel e o País do Ferro não possuem uma aliança formal, e, por isso, dado a tensão atual da região, os shinobis de Tetsugakure podem ser encarados como invasores caso sejam encontrados pelo Exército do Papel em suas terras sem uma justificativa, e Mayli pode ser tratada como uma desertora...*

*A maior parte do caminho consiste de estradas cercadas de florestas, em sua maioria de bambus, mas outras vegetações também são encontradas. Uma área extensa de campos de arroz estará no caminho, numa região em que o terreno é mais úmido. Na estrada principal existe um posto de comércio não muito distante da fronteira reconhecida entre os países, que pode ser facilmente evitado pelos shinobis. Na altura dos campos de arroz haverá uma vila, que só poderá ser evitada adentrando fundo na região selvagem de um lado, que é uma mistura de floresta com charco, ou passando em campo aberto pelos campos de arroz durante a noite. Após a vila a estrada seguirá beirando a floresta de bambu de um lado e uma planície com vegetação rala pelo outro, até se dividir em 3. Uma delas levará para uma cidade ao norte, passando por outra floresta de mata mais fechada no caminho. É nela que Mayli encontrará o caminho para Semba Tsuru. Existem trilhas que ela conhece para chegar lá por fora das estradas e mais rápido, o caminho que ela percorreu meses atrás, mas não estão mais tão seguras como antes...*

*Mayli seguia na frente se guiando pelo caminho que já conhecia e pelas visões que tinha de Hikuro, que voava muitos metros à frente deles assinalando qualquer obstáculo suspeito. Com um sinal para os dois rapazes que a seguiam, a garota pedia para fazerem uma parada, se voltando para ambos aos pés de uma grande árvore.*

-...A partir deste ponto estaremos entrando no país do papel, e eu quero a opinião de vocês sobre uma coisa...

*A garota olhava para ambos com um jeito pensativo, apoiando uma das mãos no quadril.*

- Como eu já havia comentado com Shuuhei, sinceramente eu não sei o que podemos esperar com as condições atuais deste país... E isso me preocupa um pouco, pois a partir daqui nós temos duas opções de caminho que conheço:
Podemos seguir por uma estrada conhecida, passando por algumas vilas e territórios, que conheci quando estava chegando para Semba com meu irmão...Desta forma ficaremos mais expostos à qualquer tipo de fiscalização, ou teremos que nos esforçar para nos camuflar entre as pessoas.
Ou podemos seguir por um caminho mais discreto entre as florestas, que foi o que fiz juntamente à Henzo, quando seguimos Miyume e Sagara até Tetsu...Com a ajuda de Hikuro creio que teremos certa vantagem contra qualquer surpresa no caminho e poderíamos refazer nossa rota até chegarmos à Semba...Como Baiken-sama nos pediu total discrição nesta missão, talvez seja a melhor opção...
O que vocês acham?

*Mayli ouvia atentamente os comentários de ambos, olhando-os diretamente enquanto eles falavam, e dava sinais positivos de que concordava.*

- Certo. Então estamos de acordo.

*Olhando de lado para Razor ao ouvir seu comentário, a garota parecia ser tomada por uma seriedade diferente, parecendo preocupada e incomodada.*

- Na verdade não sou shinobi de Semba...
Meu destino lá era apenas aprimorar meus treinamentos com meu irmão e servir a Semba temporariamente...Mas tudo desandou...
Eu vim até Tetsu resgatar uma kunoichi, membro de Semba...Nunca imaginei que precisaria chegar tão longe para conseguir resgatar uma garota sem memória...Mas não tive escolha. E errei também ao aceitar ajuda de alguém de Semba neste processo...
Se eles quiserem me considerar uma fugitiva...provavelmente poderão. Afinal meu álibi não existe mais...E se Semba Tsuru está como dizem...é porque muitos desertaram...

“Não posso fazer isso...”

*Mayli terminava sua fala com os olhos fixos no chão e seus punhos cerrados, quando era surpreendida por Hikuro, que vinha pousar em seu ombro lhe fazendo um carinho costumeiro nos cabelos.
A garota afagava a barriga do gavião ainda série e pesarosa, e volta a dar as costas para os dois.*

- Vamos...

*Dizendo tais palavras, Mayli começava a andar na direção de um bosque de lá, colocando Hikuro para voar novamente, e o gavião rasgava a floresta velozmente com uma agilidade incrível, enquanto ela o observava atentamente, se agachando, parecendo analisar.*

- Tudo bem, Shuuhei!

*Mayli olhava de relance para Razor com um ar sério apesar de triste.*

-...O problema não foi esse.

*A garota seguia saltando pelas árvores da floresta velozmente, guiando o grupo e seguindo por onde Hikuro voava muitos metros à frente agilmente.Ela parecia extremamente focada, e seguia absorta em seu raciocínio.*

"...Na melhor das hipóteses..."

*O grupo começava a adentrar o País do Papel seguindo trilha que Mayli havia usado meses atrás, Maily, Razor, Shuuhei e Hime fazendo seu caminho pelos galhos das árvores enquanto Hikuro voava entre elas alguns metros à frente. Estavam longe da trilha e fora de vista o suficiente para não serem encontrados por pessoas comuns, mas perto o suficiente para Mayli não perder a trilha de vista.

Seguiam por algumas horas sem encontrar obstáculos. A trilha estava vazia em seu princípio, como Mayli se lembrava. Contudo, a marcação dela na vegetação estava mais clara, como se estivesse sendo usada. Outras trilhas menores surgiam dela, algumas bem recentes, se embrenhando mais para longe da estrada. O fim da tarde se aproximava enquanto o grupo terminava de cobrir uma boa distância.

Hikuro avistava um grupo de três pessoas à frente, seguindo a mesma trilha mas na direção oposta, caminhando pelo chão. Eram jovens, usando vestes surradas e carregando armas simples, um deles carregava dois coelhos mortos nas mãos, provavelmente resultado de caça. Pareciam discutir entre si, apesar de não estarem exaltados...*


[Off:
Independente do avistamento de Hikuro e como irão proceder, o grupo precisa tomar outra decisão: até que horário irão seguir adiante? Podem manter o ritmo noite adentro, aproveitando a cobertura da escuridão. Contudo, o caminho a frente poderia se mostrar bem mais movimentado durante o dia conforme adentram o País do Papel, exigindo que se mantenham atentos para evitar encontros indesejados e dificultando o descanso. O grupo também pode ignorar o tempo de descanso, pagando o preço de ficarem fadigados.

Sistema de Fadiga utilizado:

Da última vez Mayli e Henzo haviam coberto a distância da trilha em 64 horas enquanto buscavam Miyume (Considerando 4 dias com 8 horas de descanso diárias). Se fizeram esse tempo enquanto a rastreavam ativamente, o grupo pode cobrir a distância na metade desse tempo agora (algo para a player da Mayli julgar).

Tempo total de viagem atual: 6h]

*Após tanto tempo de viagem, Mayli já poderia sentir algum desgaste, mais ligado a fome que sentia do que ao seu físico em si. Seguia a trilha em silêncio, parecendo extremamente concentrada, ou mesmo perdida em pensamentos que inundavam sua mente, até que uma imagem bem clara lhe fazia acordar de forma abrupta. Abrindo os braços como um sinal para que parassem, a garota olhava para os dois rapazes pedindo silencio com um dedo à boca e sinalizando para a esquerda, mudando assim sua direção, seguindo algum metros naquele sentido.
Quando já estavam quase 50 metros de distancia daquele ponto, fora da trilha, Mayli parava em uma árvore, descendo para o chão com um mortal que interrompia sua corrida. Ela respirava fundo, olhando para Razor e Shuuhei.*

- Existem pessoas na trilha metros à frente ...Estavam vindo em nossa direção.

*A garota tinha a voz baixa e o olhar meio vidrado e sério em uma direção qualquer, e apesar de sua aparência dizer o contrário, ela não se desconcentrava.*

-...São três pessoas...Aparentemente três viajantes. Creio que seja melhor nos afastarmos...
Como vocês estão?

*Mayli os olhava, analisando suas condições físicas. Não sabia se pretendiam seguir durante a noite. Apesar de não ser seu forte, ela não se oporia caso os dois aceitassem seguir. Era pelo menos meio da tarde, e seria um bom momento para uma trégua.
Hikuro continuava voando pelas redondezas, como se estivesse ali caçando, o que começava a levar a sério, observando como podia o grupo de esgueira, sem persegui-los para não levantar qualquer suspeita.*

*Mayli parecia meio dispersa, olhando fixamente para um canto, mas na verdade ela pensava enquanto os ouvia e observava o que acontecia nas proximidades de Hikuro.*

-...Seria muito arriscado para Hikuro seguir de noite. E coloca-lo em risco pode por nossa missão a perder...
Caso queiram continuar pela noite, por mim tudo bem, mas irei poupar Hikuro para amanhã. Ficaremos sem o auxilio de antecipação dele...
O máximo que posso providenciar é alguma ajuda menor de outras aves noturnas. Não vão ser tão eficientes quanto a visão que tenho de Hikuro mas já é algo...
Acho que com isso acabaremos seguindo em um ritmo mais lento durante a noite...
O que vocês acham? Têm alguma sugestão?

*A garota olhava para Shuuhei cutucando o queixo com a ponta do indicador.*

- Shuuhei-kun, como seguimos por cima acho que eles não terão tanta facilidade de detectar nosso rastro, se forem civis...Se não forem... Talvez tenhamos problemas de toda forma...

*Mayli olhava para Razor e fazia sinais positivos enquanto o ouvia, indicando uma direção.*

-Também acho melhor nos afastamos mais daqui...
Concordo Razor. Sim, sugiro que sigamos mais um pouco nesta direção e paremos nas redondezas do próximo rio, mas sem nos expor...Podemos ajudar com alguma caça que possa nos alimentar desde que ainda seja dia, e nos abastecer. Hikuro também precisa se alimentar antes de anoitecer...
O que me dizem? Vamos?

- Certo. Então vamos.

*Chamando-os com um aceno, a garota seguia saltando ágil e silenciosamente entre as árvores, e logo Hikuro aparecia ao seu lado passando à sua frente e se adiantando.
Após alguns minutos correndo, Mayli voltava a parar, sinalizando para os dois rapazes que a seguiam.
Ajoelhada sobre o solo, a garota analisava as redondezas do lugar e se erguia. Era um lugar aleatório no meio daquela floresta densa, e ela parecia ver algo mais, se aproximando de Razor e Shuuhei falando em um tom um pouco baixo.*

- ...Pronto. Sei que não é uma clareira, mas será mais seguro a gente se acomodar por aqui mesmo.
Conseguem ouvir? O barulho de água? O rio está alguns metros à frente nesta direção caso precisemos...

*Mayli apontava na direção em que seguiam antes de parar. Seus olhos eram meio estranhos, pareciam meio vidrados, quando ela observava com mais atenção o que Hikuro mostrava metros adiante no rio varrendo a região com sua vista aguçada.*

-...Aparentemente não há movimentação suspeita por lá, mas por ser um curso de água, é o lugar mais provável de encontrarmos forasteiros ou andarilhos.
Hikuro estará alerta na região caso haja alguma movimentação estranha... Assim nós podemos ficar mais seguros até o cair da noite...

*A garota se voltava para os dois com aquele mesmo tom sério, parecendo um pouco cansada.*

-...Outra coisa. Sugiro que não acendam fogueiras, a não ser que seja extremamente necessário... Fumaça e luz podem afastar animais silvestres, mas denunciam facilmente nosso paradeiro...
Logo Hikuro irá começar a caçar, então precisamos ficar atentos e nos reabastecer da melhor forma...

*Mayli se sentava sobre a relva, pegando alguns pergaminhos que tinha consigo, como se procurasse um específico.*

*Mayli abria um de seus pergaminhos, e uma grande manta de pele e um toco de madeira, que mais parecia uma pequena tora de alguma árvore esculpida em um formato estranho, aparecem diante dela. A garota respirava fundo ao ouvir o comentário de Shuuhei e dava um leve sorriso.*

- Desculpe Shuuhei... Não estou conseguindo disfarçar a preocupação muito bem ne? Huhu

*A garota olhava para Shuuhei diretamente, e era possível perceber a incerteza e preocupação em seu olhar, mas ela apenas se levantava, indo até uma árvore próxima que tivesse galhos fortes com aquela grande manta e o utensilio rustico de madeira.*

- Além de uma provável vila abandonada, eu realmente não sei dizer o que vamos encontrar. As coisas por lá já não vinham bem, mas não entendo como tudo pode ter se acabado em tão pouco tempo...Ou quais os motivos pra isso ter acontecido...
Quando eu saí de lá junto com Henzo-kun eu não sei dizer quantos jounnins ainda haviam em Semba Tsuru, mas eles que mantinham a vila já tinha um tempo. Nunca soube o real paradeiro dos Kages, ou por que haviam sumido...
O último jounnin que vi antes de sair foi meu antigo sensei Edson...

*Saltando sobre o galho, Mayli testava sua resistência e posicionava o toco de madeira perpendicular ao mesmo, alçando dois rasgos na extremidade da manta nos dois dentes esculpidos. Era uma espécie de “rede” rustica.
A garota terminava de armar seu dormitório e descia, limpando as mãos enquanto voltava a se aproximar do Inuzuka.*

- Mas se na melhor das hipóteses ainda houver alguém na liderança de Semba, não acredito que vocês dois sofrerão qualquer tipo de punição ou represália...Afinal, são representantes de uma Vila aliada. Não haveriam motivos para irem contra vocês...
Já não posso dizer o mesmo de mim...

*Mayli voltava a se sentar ali por perto, meio cabisbaixa enquanto olhava seus pergaminhos, mas transparecia uma certa frieza ou calma apesar de estar incomodada.*

- A situação em que deixei a vila foi inesperada e complicada... Não sei se entenderão... E sinceramente não queria experimentar descobrir isso antes de fazer o que preciso fazer pelos meus amigos...

*Logo a garota voltava com um sorriso para Shuuhei, tentando ser otimista.*

- Bom. Tomara apenas que a vila não tenha sido tomada...Nesse caso estaremos lidando com inimigos desconhecidos.
No mais, nossa missão é relativamente simples, não acha?
Acho que o percurso é o mais arriscado...

*Ouvindo a voz de Razor, Mayli se inclina um pouco a tempo de ve-lo fazendo um jutsu de papel, e concordava com suas palavras.*

- Tudo bem, Origashi.
Tenho lembranças de membros do seu clã em Semba. Vocês tem uma habilidade bem bacana.

- Nada que eu possa garantir Shuuhei... Mas é o que penso.

*Mayli continuava mexendo em suas coisas e olhava para Shuuhei enquanto ele partia, sorrindo de leve para sua sugestão.*

- Huhu, verdade...

*A garota reparava que Razor pareceu incomodado e ignorou seu comentário, então apenas o olhou de relance sem entender e não tocou mais no assunto. Voltou ao que estava fazendo, achando dois cantis de couro e os lançava para Shuuhei.

"Nossa... que cara. Deve ter algum problema com o clã?"

- Pode ficar com um pra você Shuuhei.

*Mayli ouvia a sugestão do assovio, e voltou a olhar para os dois tranquilamente, se levantando e indo se sentar escorada aos pés da árvore onde havia armado seu dormitório.*

- Irei observar você com ajuda de Hikuro, Shuuhei... Ele está por lá se alimentando...
Qualquer problema aviso Razor para irmos te ajudar. Ok? Acho que chamará menos atenção.
Tome cuidado...

[Off: Após o próximo post do Razor será feita a narração. Tentem fechar a cena, mas sem a necessidade de forçar o término dos diálogos]